A magia que existe em torno da bela Dublin. Crédito: Shutterstock

Foi quando recebi 0,01 centavo de troco que despertei pra muita coisa.

Joguei uma moeda em um copo no chão da Grafton para ver uma mágica.

Andar pelas ruas ouvindo música me fez dar valor à ela – e aos músicos que recebem moedas por fazerem o que amam.

Moeda não era dinheiro lá, mas aqui é.

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Aqui a gente aprende o valor das coisas. Porque aquele pacote de bolacha (ou biscoito) que você tinha de sobra da prateleira da sua casa aqui você paga a preço de ouro e ainda recebe o troco.

Receber um abraço bem forte e sincero de feliz aniversario de um desconhecido é tão gratificante quanto o desenrolar de laços de uma caixa de presente de uma tia. Porque as pessoas passam a se tornar mais visíveis. Porque a presença passa a ser mais importante do que os presentes.

Dublin ensina a ver o mundo cada dia com um olhar diferente – e sempre melhor.

Aprendemos a ser temporais. De emoções. De tempos.

Aprendemos que nada é definitivo.

O trabalho é temporário. A sua casa é temporária. A sua permanência é temporária. As pessoas são temporárias.

Entender a nossa temporalidade aqui nos conecta melhor com o universo a qual somos filhos. Não somos donos da terra como muitos acreditam ser, nós pagamos um aluguel por ela e devemos devolver inteira. Assim como a casa que o landlord te alugou para viver temporariamente.

Aqui a gente aprende que nem tudo é eterno.

Mas pensar no tempo como temporário não é ruim. Isso nos faz viver cada momento com mais intensidade. Estar com as pessoas em volta e se apegar apenas às suas melhores e maiores partes até o dia que forem embora e outras pessoas venham.

Todos são substituíveis aqui. Mas ninguém substitui o sentido que uma pessoa deu à sua vida, mesmo que o tempo tenha sido curto. E aqueles que passam temporariamente pela nossa vida podem deixar muito mais que aqueles que estavam parados nela.

Porque aqui o tempo é tão curto que se torna longo. Aqui é uma travessia para tantos outros lugares, que a distância se torna curta. E a saudade se torna companheira.

E assim teria sido, mesmo que não tivesse sido aqui. Que tivesse sido no Canadá ou na Austrália, mas foi em Dublin. E é o que torna ainda mais mágico esse lugar.

Sobre a autora:
Marluce Lima estudou Recursos Humanos em São Paulo, porém caiu de gaiato na área Financeira sem saber fazer cálculos até que resolveu achar o “x” da equação que faltava e então resolveu trocar a selva de pedra e fazer um check-in pelo mundo. Morando em Dublin por quase três anos descobriu que a ainda muito o que ver por aí, e a escrever.

Colaborador E-Dublin

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