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Comprovação dos 3 mil euros para Irlanda: Como fazer?

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Na última semana, novas formas para a comprovação financeira dos 3 mil euros, um dos requisitos para o visto de estudante na Irlanda, foram sugeridas pelo governo local. Porém, elas ainda estão tirando o sono de muita gente, pois o processo ainda não está trazendo as facilidades que os estudantes esperavam.

O novo processo pegou muita gente de surpresa, gerando custos e incerteza, sobretudo para os estudantes recém-chegados, que ainda não estavam cientes das mudanças!

Primeiramente vamos entender a situação

Antes, a abertura de conta em um banco irlandês era a única forma de comprovar os 3mil euros exigidos pela imigração irlandesa para a solicitação do cartão Irish Residence Permit/Visto de estudante.
Porém, alguns bancos vêm mudando suas regras, como é o caso do Bank of Ireland, um dos maiores do país. Para um estudante abrir uma conta lá, é necessário um PPS (algo equivalente a um CPF no Brasil), mas, há algum tempo, o governo decidiu que o PPS só deve ser requerido pelo cidadão que já tenha uma proposta de emprego – o que não é o caso da grande maioria dos estudantes recém-chegados. Com isso, ficou inviável para alguns alunos abrirem uma conta nas primeiras semanas no país.

Para resolver o impasse, o governo decidiu criar outras formas para que o estudante possa guardar com segurança o valor e, assim, comprovar o montante exigido pela imigração na categoria estudante de línguas/stamp 2.

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Até aí, parecia tudo resolvido. O problema é que as formas adicionais para confirmação financeira não são tão acessíveis como deveriam.

A opção do cheque/Bank Draft e seus problemas

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A pessoa que trouxe o dinheiro em cédula precisa ir ao correio irlandês e fazer uma espécie de cheque, chamado Bank Draft. Cada uma das folhas custa 3,7 euros e o valor máximo para cada unidade é 650 euros. Sendo assim, para garantir os 3 mil euros exigidos pela imigração aos estudantes que vão passar 8 meses, serão necessários 4 cheques de 650 euros e um de 400 euros, o que gera uma despesa extra de 18,50 euros. Ou seja, um investimento que o estudante não tinha planejado!

Depois de conseguir o visto, os cheques são guardados em casa e descontados à medida que o estudante quiser. Precisou de dinheiro? Dirija-se ao correio com passaporte e o cheque em mãos e resgate a importância desejada. Aí vem a primeira dúvida: Mas eu não quero sacar os 650 euros de uma vez, como fica? Posso sacar valores inferiores? Ou terei que pagar por outro cheque com o valor do montante atualizado? Ainda não conseguimos essas respostas.

Infelizmente os problemas não param por aí. E se o estudante perder um desses cheques? Caso haja perda ou roubo dos Bank Drafts, o estudante precisa procurar o correio irlandês imediatamente, registar a ocorrência e esperar uma espécie de investigação, que pode demorar cerca de 6 meses. Desta forma, há o risco de acabar o intercâmbio e ele não recuperar o dinheiro.

Então, apesar do inconveniente dos 18,50 euros de custo, se você optar pelo Bank Draft, mantenha esses cheques a sete chaves, para evitar transtornos maiores no caso de qualquer eventualidade.

Remessa Internacional

Outro serviço adotado por algumas agências para facilitar e garantir a segurança do transporte dos 3 mil euros é o trâmite via remessa internacional, que estava funcionando muito bem. O serviço, oferecido ainda do Brasil, é como uma espécie de casa de câmbio virtual, em que o intercambista deposita os valores em reais na conta da agência contratada no Brasil e a conversão em euros é realizada. Uma vez aberta a conta bancária pelo estudante na Irlanda, o valor é automaticamente transferido. Ao final do processo, basta o estudante tirar um extrato e levar ao escritório da imigração para comprovar a renda e conseguir o visto.

No entanto, a dificuldade enfrentada por alguns estudantes para a abertura da conta bancária na Irlanda acabou prejudicando essa facilidade. Sem conta aberta, as agências não conseguem efetuar a transferência para os estudantes e estudam formas de contornar a situação.

Uma das estudantes que está passando por esse contratempo é Marília Carraro, de 23 anos. Recém-chegada à Irlanda, ela foi pega de surpresa pela mudança, pois não conseguiu abrir uma conta. “Estou há quase um mês na Irlanda e ainda não posso utilizar os 3 mil euros, já que o valor deve ficar guardado para eu comprovar a renda para a imigração. O dinheiro que trouxe em cédulas usei para pagar o aluguel e os gastos diários, como alimentação e transporte”.

Relembrando que, no momento, o problema está ocorrendo apenas com o Bank of Ireland, que está se negando a abrir novas contas. Para os estudantes que trabalharão com o banco AIB, por exemplo, a abertura ainda pode ser feita e a remessa para esses alunos não foi afetada.

Dificuldades com as contas bancárias

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Você deve estar se perguntando: Mas qual é o grande problema para se abrir uma conta bancária? Na verdade, nenhum. O grande X da questão é que a Irlanda recebeu nos últimos anos mais de 100 mil estudantes internacionais, a maioria deles para cursos de línguas. Com isso, após o término dos 8 meses (período do visto) muitos desses alunos retornam para os seus países, deixando para trás contas inoperantes, o que não deve facilitar muito a vida dos bancos.

O mesmo ocorria com o volume exorbitante de números de PPS solicitados todos os anos que, após um período de tempo, ficavam emperrados no sistema, sem utilização, já que para todos os serviços adicionais que exigem o PPS (serviços público, seguro desemprego, cartão de saúde e outros) os estudantes internacionais não têm direito. Por esse motivo, um estudante internacional só poderá solicitar o documento ao entrar formalmente no mercado de trabalho do país.

Por outro lado, para evitar fraudes, o sistema bancário irlandês passou por uma série de mudanças recentemente e a burocracia chegou para aumentar a segurança – e isso vale para todos, incluindo os próprios irlandeses. Esses e outros fatores acabaram por implicar na vida dos estudantes internacionais.

Ivan Silvestrin, 33 anos, conta que demorou um pouco para correr atrás do visto e foi pego pelas alterações no meio do processo. Para evitar problemas, pois o prazo para emissão do visto estava expirando e ele não conseguiu abrir uma conta no Bank of Ireland, optou por fazer o Bank Draft. “Agora vou ficar com os cheques em casa até conseguir um emprego e, assim, a oportunidade de tentar novamente abrir a conta bancária”.

Para que serve a comprovação financeira

Conforme as regras de imigração, os estudantes que vão ficar por 8 meses na Irlanda precisam comprovar que possuem um mínimo de 3 mil euros para se manter durante esse período. Caso o prazo seja inferior a seis meses e superior a três meses, a exigência é de 500 euros por mês.

Antes, era preciso abrir uma conta em um banco irlandês, fazer o depósito do dinheiro e tirar um extrato da conta para levar à imigração na hora de fazer o visto.

Agora, não é vital abrir a conta, porém o estudante ainda precisa comprovar o dinheiro. Veja mais detalhes sobre a situação aqui.

Programe-se ainda do Brasil

Antes de sair do Brasil, o estudante deve ficar atento às opções de comprovação de renda e se preparar para evitar problemas. Entre as alternativas atuais, as mais utilizadas são:

» Um extrato bancário recente, comprovando a origem do dinheiro. É preferencial que o valor esteja na conta do aluno e a imigração está exigindo também a apresentação do cartão do banco brasileiro.

» Colocar todo o valor no VTM (cartão pré-pago) e retirar o extrato para comprovar que o valor está depositado – O extrato deve ser atualizado, então deixe para imprimi-lo dias antes do seu embarque.

» Trazer o valor em espécie e ir ao correio para transformá-los nos Bank Drafts, que poderão ser apresentados à imigração.

Como as mudanças são recentes, continue acompanhando o E-Dublin para todas as novidades em relação ao andamento das novas regras e também sobre como estará a situação dos estudantes nessas próximas semanas.

Também recomendamos sempre consultar sua agência ou sua escola, para que possam lhe informar a melhor opção para o seu caso.

Revisado por Tarcísio Junior
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Caroline Rodrigues

Formada em Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso. Trabalhava em Cuiabá, onde perambulou por vários veículos de comunicação e assessorias de imprensa. Depois de tomar um café e conversar com amigos, achou que estava engaiolada e resolveu encarar um intercâmbio depois dos 30.

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