Por que as companhias aéreas estão restringindo o uso de carregadores de celular a bordo

A Emirates Airlines anunciou uma nova política que restringe o transporte e o uso de power banks a bordo de seus voos.

A medida, que entra em vigor em 1º de outubro de 2025, limita os passageiros a levar apenas um power bank com capacidade máxima de 100 Wh por voo, com proibição de carregamento durante o voo.

O armazenamento é obrigatório no bolso do assento ou sob o assento à frente, evitando o compartimento superior e não é permitido em bagagem despachada.

Segundo a companhia, a decisão visa reduzir riscos associados a baterias de lítio, como superaquecimento e explosões.

A nova política da Emirates surge em um momento em que incidentes envolvendo baterias portáteis têm aumentado globalmente.

Entre os riscos conhecidos está o fenômeno chamado thermal runaway, em que baterias de lítio ou polímero podem entrar em reação descontrolada quando danificadas, expostas a altas temperaturas ou sobrecarregadas, provocando incêndios ou a liberação de gases tóxicos.

Incidentes recentes motivaram a medida

Nos últimos anos, diversas companhias aéreas registraram incidentes com power banks e baterias de dispositivos portáteis.

• No último dia 6 de agosto, um carregador de celular pegou fogo dentro de um avião durante um voo que saiu de São Paulo com destino a Amsterdã, na Holanda. Apesar do susto, ninguém se feriu.
• Em 2023, um voo da Emirates relatou fumaça proveniente de um power bank, forçando a tripulação a seguir procedimentos de segurança e inspeção da cabine.
• Casos semelhantes foram registrados por companhias como Singapore Airlines, United Airlines e American Airlines, incluindo pequenos incêndios em compartimentos de bagagem de cabine.

Segundo a IATA (International Air Transport Association), o número de incidentes envolvendo baterias de lítio em voos comerciais tem aumentado paralelamente à popularização de dispositivos móveis e power banks de alta capacidade.

Tendência global de segurança

A Emirates não é a única companhia a implementar restrições. Empresas como Lufthansa, Air Canada, Singapore Airlines e United Airlines adotaram políticas semelhantes, alinhadas às recomendações da IATA e da Federal Aviation Administration (FAA).

Especialistas em aviação alertam que, embora raros, os incidentes com baterias podem ter consequências graves, e medidas preventivas são essenciais para reduzir riscos em cabines pressurizadas.