Qual será o custo e o benefício do seu intercâmbio?

No último texto da série, o Marcos Moraes do Intercâmbio e Finanças fez uma pausa nos números para fazer você pensar sobre a relação subjetiva do custo-benefício em qualquer situação da vida. Se você perdeu esse post, recomendo ir dar uma espreitada lá!

No post de hoje ele vai elucidar sobre o custo-benefício em fazer um investimento ao alto. Afinal, vai valer apena? Qual será o custo financeiro e emocional em sair da zona de conforto e embarcar rumo ao desconhecido? Todo mundo fala nos benefícios, mais quais são eles?

Sendo assim, vamos à parte prática: Se pergunte! “Por que vou realizar um intercâmbio em minha vida?”

Qual é sua resposta?

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Uma coisa é certa: os motivos individuais são diversos e ter a clareza do seu motivo será essencial para avaliar o custo-benefício dessa experiência na sua vida.

1. O custo financeiro

Você já fez as contas de quanto custará o seu intercâmbio? © Verdateo | Dreamstime.com

Por baixo, um intercâmbio na Irlanda hoje custaria as cifras abaixo:

R$12.000 para agência, escola;

R$3.200 de passagem aérea;

R$1.500 em documentos.

Opa! R$16.700.  É possível!

Mas já pensou em como vai bancar isso? 

Sabemos que essa é uma quantia significativa e vai exigir de você muita economia e renúncia. Então, a forma como alcançar esse valor integra o seu custo.

Vamos listar para facilitar?

•  Vender o carro, antigo, mas que traz conforto na hora do passeio, da carona, no dia de chuva e naquela viagem para a casa de praia dos amigos: R$6.700
•  Abrir mão daquela roupa nova para ir à festa: R$200
•  Festa? Que festa? Não sairia por menos de: R$100
•  Horas extras ou mais um trabalho para renda extra: R$2.000
•  Todo mundo vai viajar para a praia neste final de semana, menos você, que está juntando para o intercâmbio: R$500
•  Aquele dinheiro aplicado/investido separado para a Disney ou qualquer outro desejo: R$4.000
•  Ainda faltam R$3.200, o que fazer? Vai pedir para os pais e ficar devendo? Vai fazer um empréstimo? Vai se desfazer de mais bens? Vai fazer um apelo aos amigos? Vai montar uma vaquinha na internet?

Pois é! Agora, sim, estamos falando dos verdadeiros custos envolvidos em uma compra, ou, neste caso, em um objetivo almejado.

Não se trata apenas do valor mensurado em dinheiro, mas, sim, tudo de que se abre mão. Todas as coisas envolvidas nesse processo e que serão determinantes para você chegar ao seu objetivo.

É isso? Posso embarcar no avião?

Calma!

Falamos da parte financeira do objetivo. Agora é hora de pensar em outro custo: o emocional.

2. O custo emocional

© Himchenko | Dreamstime.com

Mas e toda a parte que não envolve dinheiro? Do que você precisará abrir mão?

•  O aniversário do meu melhor amigo está chegando e eu não vou estar aqui;
•  A turma da escola vai se reunir para um churrasco de fim de ano, estou com tanta saudade do pessoal;
•  Como vou viver sem meu cachorro?
•  O seu sobrinho que está crescendo e você pouco acompanhará.
•  Na casa dos meus pais minha mãe fazia tudo pra mim. E agora? Vou ter que fazer tudo sozinho?
•  Vou parar minha faculdade pela metade;
•  E o meu emprego estável;
•  Como vou viver tanto tempo sem sol e praia?
•  Chuva e neve: será que isso é pra mim?

Já percebeu que a lista é infindável? Como pode ver, na verdade, os custos não financeiros, ou emocionais, são muito maiores que a parte financeira. Afinal, partir para o exterior é deixar para trás, momentos preciosos, família, perdas que podem acontecer pelo caminho, nascimentos, etc.

3. O investimento financeiro pode ser a parte menos importante

Vamos voltar à subjetividade do custo-benefício com uma pergunta: Você aceitaria, de graça, uma viagem ao espaço para ver a Terra olhando da Lua?

© Rfischia | Dreamstime.com

Eu certamente sim!

Veja bem, é de graça!! Mesmo assim, vejam o tamanho do risco. O enorme custo. Quantas variáveis físicas envolvidas. Quanta confiança nos engenheiros e cálculos matemáticos. Além, claro, da sua própria vida em risco.

Muita gente não para pra pensar nisso, mas essa é a prova: aquilo de que abrimos mãos, sacrificamos, tem muito mais valor para nós do que o dinheiro.

Quer mais uma prova rápida de que o dinheiro tem muito menos valor do que essas outras coisas? Você trabalha, em média, 8 horas por dia. Troca o seu tempo por dinheiro. Já experimentou tentar devolver o seu salário para o patrão e pedir seu tempo de volta?

Reflita! Você até pode vender o seu tempo, mas dificilmente poderá comprá-lo de volta. Então, entenda, de uma vez por todas, que o tempo é limitado, seu valor é extremo e analise melhor a forma como o está usando e por quanto o está vendendo.

Isso prova que abrir mão de família, amigos, cachorro, tempo… Tudo isso tem muito mais valor, é muito mais custoso.

No entanto, essa coisa da subjetividade do custo-benefício está longe de se limitar às conquistas pós-intercâmbio: aquela posição na empresa almejada ou, mesmo, o retorno em cifras de todo o investimento.

Muitos deixam de se dar conta de um benefício incomensurável que o intercâmbio traz. É justamente esse fator de custo emocional e de precisar abrir mão de tantas coisas que estremecerá a sua zona de conforto e, consequentemente, trará outros tantos benefícios e qualidades que você desconhecia de si mesmo.

Superação, resiliência, humildade, coragem, força, melhor visão de mundo, flexibilidade e tantas outras qualidades vão aflorar, justamente por você ter pago o preço de viver o desafio de sair da sua zona de conforto e de todas as certezas que tinha, até desembarcar no país da sua escolha.

Sobre o autor:
Marcus Moraes é aquariano, já fez intercâmbio para EUA e Canadá e hoje mora na Irlanda. Super entusiasta do mundo das finanças e organiza muito bem as suas próprias economias. Se considera um investidor de perfil moderado-arrojado. Formado em Direito, autor do blog Intercâmbio & Finanças que também possui a Fanpage e canal no YouTube “Irlanda Sem Edição“.

Imagens via Dreamstime
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