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Recessao na Irlanda: 500 pessoas na fila

Esse texto foi enviado pela Thay, nossa nova colaboradora, em respeito a fila gigante vista recentemente para vagas de Sales Assistant na Londis.

Viajar é bom demais. Descobrir novos lugares, entrar em contato com pessoas diferentes e aprender a conviver com distinções culturais. Tudo vai muito bem até o momento em que se precisa buscar um emprego para se sobreviver hoje em dia.

Quem caminhou ao redor de uma das vias mais famosas de Dublin na semana passada pôde ver uma enorme fila de em media 500 pessoas, se formando na Grafton Street com Stephen Green`s North.

O alvoroço crescia a cada minuto e curiosos perguntavam do que se tratava pensando ser a provável venda de ingressos para um show de alguma banda incrível. Algumas câmeras não profissionais registravam o acontecido e a constatação da realidade – o motivo pelo qual a multidão se juntava no queue: propostas de emprego da rede Londis, na promessa de abertura de duas unidades com geração de quarenta novos postos de trabalho (sales assistant).

Indianos, Paquistaneses, Maurícios e Brasileiros, em sua grande maioria, engrossavam a fileira de desempregados. Quem até hoje vivia sua vida de forma normal alheio a crise atual, se chocou desacreditando no que via. O vídeo foi postado no youtube gerando centenas de comentários ao redor do mundo.

O que espanta não é nem somente a situação em si, mas o racismo e a falta de percepção de alguns nativos, autores de respostas ofensivas cheias de revolta quanto à globalização, imigração e xenofobia – um deles chega a sugerir a instalação de uma placa oferecendo vôos gratuitos aos imigrantes para voltar aos seus países de origem.

O teor de muitos comentários mostra o medo de que o dinheiro que deveria circular por terras celtas seja mandado para outro lugar e de que pessoas de fora roubem trabalhos de irlandeses. Alguns também se surpreendem com a visível miscigenação cultural que toma conta da Irlanda nos últimos anos.

É triste ver tanta ignorância por parte de gente esclarecida e sofrer nas filas de entrevistas enquanto se tenta garantir seu sustento de forma honesta sem a opção de esperar a ajuda governamental da qual muitos europeus desfrutam.

Edu Giansante

Fundador e CEO do edublin, Edu chegou na Irlanda em 2008, no ano pré-crise, pegou a nevasca de 2010 e comeu cérebro de cabra em Marrakesh. O Edu também é baterista da banda Irlandesa Medz.

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