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Trabalhadores autônomos na Irlanda – Vale a pena?

Queridos e queridas, estou pra escrever esse texto faz algumas semanas mas eis que arrumei um tempinho livre pra tal.

Desde novembro, viemos falando bastante da crise, recessão, contamos sobre os impactos no mercado de trabalho e até um podcast sobre crise nós fizemos.

Pois bem, talvez não tão novo assim, mas com certeza mais popular, os trabalhadores autônomos estão tomando conta dessa nova onda.

Pouco se fala de cleaners, waiter/waitress e muito menos kitchen porters, palavras que ouvíamos todos os dias quando chegamos!

Hoje o que mais vejo aqui são pessoas tentando se virar sozinhas. Sim, os autônomos ou micro-empresários. Não sei se temos influência nisso, mas sempre martelamos no E-Dublin o fato de você explorar suas habilidades para ganhar dinheiro.

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As habilidades não são necessariamente tão explicitas como “cozinheiro” ou “jogador de futebol”, elas podem ser: paciencia, força de vontade, iniciativa, bons contatos, bom inglês, bom português, etc.

Ainda esta confuso? Bom, entao vamos aos fatos!

De dezembro de 2008 pra cá, recebemos através do grupo de emails umas 40 dúvidas em relação a trabalhos como: cleaner, kitchen porter, entregador de jornal e afins.

Em contrapartida, foram pelo menos uns 30 jabás, uns 250 classificados (entre casas e consertos de bicicleta) e o principal: o lançamento de novos servicos prestados por Brasileiros aqui.

Entre eles, muitos vocês conhecem pois já anunciaram aqui, temos a Poliana com sua nova agência, o Wagner com seu serviço de translado, o Mocotó com seu serviço de ajuda na documentação, o Jessé com seus consertos e revendas de produtos, o outro Wagner cabeleireiro, além de vários outros. Vários mesmo, mas nem todos são conhecidos (manicures, vendas de internet, conserto de laptop, etc).

Outros foram além, saíram do nicho de brasileiros pra beliscar outro mercado. Tem gente que dá aula de português, dança (samba) ou até capoeira particular. Eles aproveiram as modalidades brasileiras e coisas que já sabiam (ou nem sabiam tanto assim, mas fazem a diferença aqui) e ganham seu pão com isso.

Admiro muito o trabalho desses que citei, pois conheco pessoalmente cada um deles e sei que fazem um trabalho sério. E por saber que existem pessoas sérias e que fazem um trabalho honesto, fica uma provocação pergunta para outros autonomos e micro-empresários:

Vocês estão inovando, aproveitando um nicho ou se acomodando?

Como citei, alguns inovaram, souberam aproveitar oportunidades do nichos, mas será que alguns não estão simplesmente acomodados? Não querem ter chefe, horário, e preferem se chamar “autônomos” ou “micro-empresários” pra ter o menor esforço em troca de um pequeno retorno financeiro que seja suficiente pra pagar as contas.

O que acontece é que tem muita gente brincando de ser chefe e de trabalhar sério. Isso gera um impacto negativo para aqueles que trabalham honestamente, pois, como de praxe, fica aquela generalização “o brasileiro lá não fez o servico corretamente” ou “ah, não manda no brasileiro não, pois me deu dor de cabeça”. Infelizmente acontece.

E isso se nos leva a seguinte pergunta:

Até onde voce quer levar isso a sério?

Mesmo que voce só faça isso pra pagar as contas enquanto estiver aqui, leve seu trabalho a sério. Faça direito, seja transparente e nunca tente trapacear ou ganhar dinheiro fácil. Um problema, por menor que seja, se espalha muito fácil em uma cidade pequena como Dublin.

tive empresa por 2 anos, e digo: quebrei as pernas, pois não tinha experiência e brincava de ser empresário, até que começaram a aumentar as demandas e responsabilidades e pela falta de preparo não conseguimos ir pra frente.

Apoio com todas as forças o micro-empresário, e admiro aqueles que conseguem crescer graças ao bom trabalho sendo feito. Entao fica o pedido, em prol de seus compatriotas que se esforçam e trabalham sério: pense duas vezes antes de se julgar autônomo.

Quanto custa um intercâmbio?
Não somos uma agência, mas te conectamos
com prestadores de serviço para comparar
e escolher o que faz mais sentido pra você.
Eu quero →
Edu Giansante

Fundador e CEO do edublin, Edu chegou na Irlanda em 2008, no ano pré-crise, pegou a nevasca de 2010 e comeu cérebro de cabra em Marrakesh. O Edu também é baterista da banda Irlandesa Medz.

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