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Trabalho na área: Você está realmente preparado?

Por Partiu Mundo

Todo mundo almeja o trabalho na área, mas será que um estudante que vem para estudar inglês está pronto para o mercado irlandês?

Muito difícil! O fato de dominar o idioma, não significa que você tenha vocabulário técnico em inglês, por exemplo. E a situação é menos favorável ainda quando se está aprendendo o idioma.

Cada empresa, mesmo de segmentos iguais ou similares, possuem suas particularidades, procedimentos e própria cultura organizacional. Isso torna-se ainda mais evidente se as empresas forem de países diferentes.

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No entanto, é claro que existem setores onde as diferenças podem não ser tão salientes. Se você trabalha no Brasil vendendo cursos de inglês com programas de intercâmbio, claro que você poderá achar algo similar por aqui.

O Victor, por exemplo, é formado em Engenharia Mecânica no Brasil. Vamos tomar este caso como exemplo inicial. O fato de ele ter trabalhado do Brasil na área não o torna apto a trabalhar aqui, principalmente no que se refere aos termos técnicos, procedimentos, vocabulário pertinente, ambiente organizacional irlandês, rotina diária de empresas deste setor e etc., e por fim o idioma.

Já chegamos a pesquisar cursos aqui na área de engenharia, o que complementaria muito o currículo dele e possibilitaria um estágio, mesmo que não remunerado, aqui na Irlanda. Acabamos encontrando apenas em Londres, um curso voltado para a área de petróleo, perfeito pra ele, pois era nessa área que ele trabalhava no Brasil, mas além de ser longe, estava caríssimo e tivemos que abortar essa missão.

No meu caso, sou formada em Comércio Exterior, então ficou um pouquinho mais fácil, uma vez que os procedimentos no Brasil, os nomes dos documentos, a rotina diária e os termos técnicos são os mesmos no mundo inteiro, ou muito similares. Já fica até a dica aqui pra quem ainda não escolheu uma área de formação. Foi este fator que me auxiliou, e muito, na procura do meu emprego em Dublin. Atualmente trabalho como assistente adiminstrativo/financeiro em um escritório, mas atividades que envolvem importação e exportação fazem parte das minhas atribuições diárias na empresa também.

Acredito que a falta de oportunidades na área aqui tem mais a ver com qualificação do que vagas disponíveis. Deve-se ter em mente que as empresas daqui sempre darão prioridade para os irlandeses e pessoas com passaporte europeu. A partir daí já dá pra se ter uma ideia de como as oportunidades para trabalhar na área são difíceis de encontrar.

É claro que o empregador dará oportunidade para aquele que estiver mais qualificado, é assim que funciona em qualquer lugar. Se você mostrar que tem mais qualificações e experiência na área, não há motivos para você não ser contratado. Mas vale lembrar que a sua experiência no Brasil pode não contar para determinadas atividades aqui na Irlanda.

Quer um exemplo? Alguém formado em Direito no Brasil, mesmo com experiência na área, dificilmente será absorvido pelo mercado irlandês logo de cara. Na verdade, precisaria de muito desempenho e certamente terá que voltar a escola para conseguir se qualificar no contexto do país.

As leis são diferentes e a regulamentação também. Então o que sempre recomendamos é que mesmo aqueles com ampla experiência na área, deveria considerar frequentar um desses cursos nível FETAC para perceber um pouco mais de como a sua área de atuação se comporta por aqui. Além de te atualizar sobre o mercado local ainda contará pontos na hora de prospectar por uma vaga na área, já que além de expor a sua experiência no seu país de origem terá o plus de já ter tido algum contato de como é o mercado irlandês por meio do curso.

Claro que tudo é possível, mas devemos ser realistas. O trabalho na área não é impossível, mas para chegar a ele necessita-se de uma estratégia bem mais apurada que chegar aqui com o curriculo recheado de experiências no Brasil.O fator fluência, o fator conhecimento do mercado irlandês, mesmo que por meio de um trabalho voluntário são ainda mais importantes que os muitos anos de experiência no Brasil.

Carolina Ojeda e Victor Lorasque são intercambistas na Irlanda e compartilham algumas das experiências em solo verde no blog Partiu Mundo.

Colaborador E-Dublin

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