A morte do Papa Francisco tem gerado uma comoção na Irlanda, que ainda guarda na memória a sua visita ao país, a primeira de um papa em quase quatro décadas
Francisco visitou a Irlanda em agosto de 2018, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias (World Meeting of Families), um importante evento internacional da Igreja Católica dedicado à celebração da vida familiar.
A visita marcou a primeira vez em quase 40 anos que um pontífice pisou em solo irlandês, desde a histórica visita de João Paulo II em 1979.
Papa Francisco com o presidente da Irlanda, Michael D. Higgins. Foto: @presidentirl
Durante sua passagem, o Papa participou de vários compromissos públicos e religiosos em Dublin e fez uma peregrinação ao santuário mariano de Knock, um dos locais mais sagrados para os católicos irlandeses.
O ponto alto da visita foi a celebração da missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias, realizada no Phoenix Park, que reuniu aproximadamente 500 mil pessoas – um número significativamente menor do que os 1,25 milhão que participaram da missa de João Paulo II em 1979, evidenciando a mudança no cenário religioso do país.
Papa Francisco discutiu sobre abuso sexuais da igreja com o primeiro-ministro da época, Leo Varadkar, durante a visita. Foto: Merrion Street
A viagem ocorreu em um contexto sensível para a Igreja Católica na Irlanda, que vinha enfrentando uma profunda crise de credibilidade devido a sucessivos escândalos de abusos sexuais cometidos por membros do clero, muitos dos quais acobertados por décadas.
A frequência às missas e o número de vocações religiosas vinham caindo consideravelmente, refletindo a desilusão de grande parte da população com a instituição.
Os escândalos que abalaram a Igreja Católica na Irlanda envolvem décadas de abusos físicos, sexuais e psicológicos cometidos por padres e membros de ordens religiosas contra milhares de crianças e adolescentes, muitas vezes em instituições como orfanatos e internatos.
Investigações oficiais revelaram a dimensão do problema, expondo abusos sistemáticos desde os anos 1930, encobertos pela Arquidiocese de Dublin. Em todos os casos, ficou evidente que a prioridade da Igreja era proteger sua reputação, não as vítimas.
Em seus discursos, o Papa Francisco abordou com franqueza os escândalos de abuso, expressando “dor e vergonha” pelos crimes cometidos e pela falha das autoridades eclesiásticas em lidar adequadamente com as denúncias.
Ele também se encontrou com vítimas de abuso clerical, ouvindo seus relatos em uma reunião privada, um gesto simbólico e muito aguardado.
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