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Como foi a minha experiência como au pair no interior da Irlanda

Luluzetes, Luluzinhas e povo de saia, vamos a um tema que muitas das meninas que chegam na Irlanda deve conhecer bem. A vida de au pair.

Fala aí, existe emprego mais acessível para as recém-chegadas que esse? Provavelmente não, mas a questão é: como todo trabalho e, aliás, tudo na vida, sempre existem aqueles perrengues básicos.

Quem passou por essa experiência e hoje vem contar para a gente foi a Bianca.

A Bia tinha uma vizinhança muito particular em Tullamore. Photo 7945758 © Pierobusso – Dreamstime

A Bia é carioca, tem trinta e poucos, e como a maioria veio para Irlanda para melhorar o inglês. Há mais de dois anos aqui, ela já trabalhou na Zara, em lojas de calçados e, quando o desemprego apertou, foi ser au pair. Foi aí que começou uma história de sete meses, que incluiu carneiros, gansos, cachorros e muita coisa tragicômica.

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Vamos combinar que ser au pair nunca foi o sonho da Bia, mas como na vida nada é fácil e ela precisava juntar a grana da renovação, lá foi a pobre da Bianca para um lugar chamado “cucunhas”, quis dizer, Tullamore.

Hoje a Bia até ri do episódio, mas durante a experiência ela chorou muito. Vamos começar pelos vizinhos: none!

De ser humano, só mesmo os motoristas de tratores que passavam pela estradinha onde a Bia morava. Já os carneiros, méeeeeee, méeeeee, eram os únicos vizinhos que a Bia chegou a conhecer na região. E ela confessa que, com o tempo, até conseguiu manter uma conversa com elas, claro, tudo na base do méeeeee.

Nos sete meses ela passou por tudo: uma simples saidinha para fumar era sinal de levar carreira de ganso. Sem falar nas lhamas, que não iam muito com a cara da Bia.

A hora do play time para a Bia traduzia-se em cair e se ralar muitas vezes. “Eu não conseguia entender. Quando as crianças estavam com os pais, não acontecia nada, mas comigo, eles sempre estavam despencando de algum lugar”, lembra a Bia. E quem disse que a vida de au pair não pode te deixar em forma?

A vida de au pair da Bia foi bem isolada. © Richardt777 | Dreamstime

Contato com a Civilização? A Bia teve poucos momentos com o universo lá fora, como ela costuma contar. Ah, e eu já ia esquecendo: no lugar onde ela morava não existe ônibus, taxi era uma fortuna e a pobre da Bia, se quisesse ir tomar um sorvete no McDonalds, tinha que pedir à família para levá-la, o que não é uma situação lá muito confortável. Resumindo, a Bia passou os sete meses olhando pela janela e imaginando o que estaria acontecendo além dos campos esverdiados de Tullamore.

Balada? Nada, o único evento social que a Bia costumava ir era ao Tesco uma vez por semana.

Mas, nem tudo na vida de au pair da Bia foi assim tão drámatico. A família era mega legal e como ela passava parte do dia apenas com o pequeno de 2 anos, aproveitou para aprimorar seus dotes culinários, fazer ginástica (não que ela fosse à academia, era na TV mesmo) e até descobrr que tem tino para a música.

up up up up up stairs, up stairs, up stairs

bath bath bath bath time, bath time bath time

pot pot pot pot time, pot time pot time

Bom, digamos que a trilha sonora não era assim tão animadora.

E no final das contas, a Bia juntou a grana da renovação e voltou para Dublin. Tullamore ficará na lembrança, pois certamente fez a Bia aprender algo. E sabe que no final ela até sente saudades dos tempos em Tullamore?

Imagens via Dreamstime
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Ávany França

Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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Ávany França

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