Como foi o meu intercâmbio em Sydney, Austrália

Após ver uma foto qualquer de Melbourne, eu com 18 anos de idade, pesquisei e decidi que iria para a Austrália, falei para todo mundo, família, amigos e namorada, a minha vontade. Porém, no meio do caminho mudei meu destino por várias vezes, fazendo faculdade, trancando faculdade, fazendo outros cursos, aprendendo novas profissões, quase casando, mas o meu antigo sonho mesmo, nada de ser realizado.

O sonho de estudar fora me levou a Sydney na Austrália. © Hieu Ha | Dreamstime

Até que com 28 anos (sim, 10 anos depois), coloquei na cabeça que se eu não fosse logo não conseguiria ir nunca mais e finalmente havia chegado o momento, trabalhei muito pois meus pais não tinham condições para pagar e eu nem carro tinha no Brasil para vender, eu prefiro andar de bicicleta :), mas é incrível quando temos um sonho, corremos atrás desse objetivo com unhas e dentes, e temos Deus do nosso lado, ele acontece. Então em pouco mais de oito ou nove meses juntei toda a grana que não havia conseguido em dez anos e em agosto de 2011 com a ajuda da Mariana da Austrália Brasil desembarquei em Sydney!

O sonho estava sendo realizado, curti muito o meu primeiro mês, conheci pessoas incríveis, gastei meu tênis conhecendo a cidade, as praias e pubs, mas como quase todo brasileiro, eu precisava muito de um emprego para me manter por seis meses e renovar o visto para pelo menos mais seis.

Quando cheguei ouvi histórias boas e ruins em relação a bons e maus empregos e salários que brasileiros haviam conseguido. Fiquei na incerteza, como qualquer um que chega aqui, estava bem preocupado, pois tenho que pagar comida, aluguel, diversão, extensão do visto, entre outros gastos que sempre temos.

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Chegou um momento em que estava querendo qualquer coisa, então aceitei o pior emprego da minha vida em um Car Wash ganhando o pior salário que eu já ouvi falar aqui em Sydney…rs, todo mundo dizia que os primeiros meses são os piores e eu não conseguia ver uma mudança. Mas depois desse vieram outros, alguns bons e outros ruins.

Virei chef de cozinha durante meu intercâmbio na Autrália. © Marian Vejcik | Dreamstime

Fui para Kitchen Hand, que é um hard work também, mas o salário era melhor, trabalhei em um Call Center ligando para Portugal e falando em português, super longe de casa mas com um salário muito bom e ambiente divertido, além de muitos outros, tudo muito rápido, depois que você pega o jeito, as coisas começam a andar. Até que cheguei em um restaurante brasileiro onde eles estavam precisando de um Chef e um Kitchen Hand.

Claro que eu me candidatei para Kitchen Hand, pois nunca havia cozinhado no Brasil, só quando cheguei aqui fui aprender a fazer minha própria comida e descobri que gosto muito de cozinhar. Mas após um mês lavando muita louça o restaurante ainda não havia conseguido um Chef, então eu perguntei “Hey, quero me candidatar a essa posição, é possível?”…

Hoje trabalho como Chef nesse restaurante, aprendendo uma nova profissão na qual jamais havia imaginado para minha vida. Ainda nesse restaurante conheci o Daniel (que não trabalha mais lá), um cara que coincidentemente tem um blog sobre a Austrália e eu li todos os posts quando ainda estava no Brasil.

Isso é a Austrália, em um momento você nunca lavou roupa na vida, em seguida já está craque e faz isso automaticamente. Em outro você está sozinho, pensativo, com saudade da família e amigos e de repente está em um pub, praia, park rodeado de pessoas de cada canto do mundo dando muita risada. Outra hora é o cara da louça em um restaurante e no próximo fim de semana você é o Chef da cozinha. Simples assim.

O maior desafio de morar longe da família é a saudade que aperta de vez em quando.© Alphaspirit | Dreamstime

Eu tenho certeza que esse país tinha que passar pela minha vida, não sei por quanto tempo, mas estou vivendo cada segundo, curtindo cada pessoa que conheço aqui, cada lugar, cada momento. Comprei uma bike, um violão e tenho amigos de montão… não preciso de mais nada por enquanto, mas a saudade da família e dos amigos do Brasil de vez em quando (sempre) bate forte só que esse é o momento Austrália na minha vida e preciso vivê-lo intensamente pois ainda é só o meu quarto mês por essas bandas.

Te vejo por aqui.

Willian Barros

Veja no  próximo post do Will como foi conseguir o visto australiano…ah e ele já avisa, se você não for um Capitão James Cook da vida, ai sim que você realmente precisará saber o que fazer para conquistar o tão sonhado visto de estudante no seu passaporte!!!

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Imagens via Dreamstime
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Ávany França

Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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