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Experiência Camboja: Hariharalaya

Viajar pelo sudoeste asiático foi uma das experiências profissionais mais excitantes dos meus últimos seis anos viajando pelo mundo. Há sempre aquele lugar especial que marca por um motivo ou outro. No Camboja, mais especificamente na Vila Bakong, localizada a 16km da cidade de Siem Reap, tive a oportunidade de me juntar a um grupo de 13 pessoas para mais uma daquelas experiências asiáticas recomendadas nos principais guias de viagem – um retiro budista.

Crédito Ávany França

E antes que você pense em voz alta: Retiro Budista? Sim, um retiro budista. Sendo o Budismo uma das religiões mais praticadas do continente, não dava para fazer  um mochilão sem, pelo menos, ter contato com ela. E pelo visto eu não estava sozinha.

Crédito: Ávany França

Eu, assim como todos do grupo tínhamos o mesmo desejo, a vontade de fugir do roteiro trivial que geralmente inclui os Templos de Angkor, Siem Reap e Phnom Penh. Dessa forma, por cinco intensos dias, decidimos nos despir de qualquer ideia pré-concebida sobre budismo, yoga e meditação e absorver o que o centro tinha a nos oferecer.

Hariharalaya Retreat Center

Apesar do nome de difícil pronúncia, o centro de retiro budista fundado por Joe Altman em 2010 não está relacionado a nenhuma técnica extravagante de Yoga. Hariharalaya é uma referência à antiga capital do Camboja que recebia esse nome entre 800 e 1000 d.C. Aliás, durante a apresentação do programa, Sean Borland, gerente do centro, fez questão de enfatizar que os dias de retiro não faria nenhum dos participantes yogis profissionais ou experientes em meditação. A proposta era ter uma experiência de aprendizado e partilha por meio do retiro que pode durar 5, 10, 14 ou 21 dias.

A enfermeira Melissa Khoo (blusa azul) interrompeu um estágio pela Ásia para ter contato com as práticas de yoga e meditação em Hariharalaya. Crédito: Ávany França

Em Hariharalaya tudo é pautado pela simplicidade e na forma mais genuína de reconectar-se consigo mesmo. Um destino para quem quer experimentar as práticas da meditação e yoga sem grandes pretensões. Talvez seja esse o detalhe que faz toda a diferença para quem inclui o centro no roteiro Camboja.

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Para quem participa do retiro é fácil observar que a própria infraestrutura do local propicia esse momento de calmaria da alma. Casa na árvore, uma extensiva biblioteca, chalés, redes espalhadas pelos jardins, piscina e as especialidades da culinária vegana, tornam a vivência em Hariharalaya, um must do no Camboja.

O australiano Horace Wu em um dos momentos de leituta em Hariharalaya. O retiro marcou o seu primeiro contato com o yoga. “Eu pensei que seria mais difícil. Tenho apreciado a experiência”. Crédito: Ávany França

O programa do retiro

Além dos encontros diários para a prática de yoga e meditação em grupo, outras facilidades como acupuntura, massagem shiatsu e aulas individuais podem e devem ser acrescidas no roteiro, sobretudo para quem almeja um conhecimento mais aprofundado ou o atendimento de necessidades específicas.

Mas nem tudo em Hariharalaya se resume a yoga e meditação. Workshops como o de body language e até show de mágica são adicionados à programação. A ideia geral do centro é dar oportunidade de as pessoas se desconectarem da rotina diária e, para isso, a simplicidade é o carro-chefe.

Wi-fi, televisão, rádios e todas essas facilidades não fazem parte da estrutura do centro, mas antes de você entrar em pânico, existe, sim, um computador disponível para aqueles que podem ter uma crise de abstinência tecnológica. Mas, para ser bem sincera, depois do primeiro dia em Hariharalaya, você certamente optará por um passeio de bike pela vila ou estará muito mais inclinado a degustar um dos livros disponíveis na biblioteca, que recebe o título de maior biblioteca da região.

A agenda diária que começa cedo com a primeira prática de yoga e meditação é acrescida de workshops, alguns momentos livres e outros para se degustar a culinária vegana e algumas delícias típicas da região, que, diga-se de passagem, são, além de exóticas, super deliciosas.

A Vila Bakong

Para mim, o que fez a minha estada em Hariharalaya especial, além  do contato com a cultura budista do país, foi certamente o convívio a essência do país. Por estar localizada longe do burburinho turístico de Siem Reap, o centro proporciona o contato com o real Camboja. O silêncio e a paz do centro é interpolado apenas pelas celebrações fúnebres e pelos casamentos que acontecem com uma certa frequência na vizinhança.

A visita à feira e o passeio sobre duas rodas garantem o encontro com o povo mais sorridente que já conheci em todo o mundo. Além da proximidade de dois dos templos de Angkor, cartão postal daqueles que escolhem o Camboja como destino. Tudo isso acessível a apenas alguns minutos do centro. Esse é o tipo de programa super recomendado nos momentos livres da programação diária.

Nos momentos de pausa, o passeio de bike pela vila aproxima locais e visitantes. Crédito: Ávany França

A feira local, uma experiência interessante para quem quer conhecer a real Camboja. Crédito: Ávany França

Crédito: Ávany França

Na última noite em Hariharalaya, a visita de músicos cambojanos. Crédito: Ávany França

Para saber mais sobre a programação e datas dos retiros basta acessa a página Hariharalaya.

Este texto faz parte da série Mochilão pela Ásia em oito destinos.

Este texto foi revisado por Camilla Gómez em Outubro/2014.

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Ávany França

Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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