Audiência de policial irlandês que atropelou João Ferreira em 2023 é adiada para setembro

Audiência de policial irlandês que atropelou João Ferreira em 2023 é adiada para setembro

Rubinho Vitti

3 dias atrás

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O policial irlandês Neil Doyle será julgado por direção perigosa com resultado de ferimentos graves, após atropelar o brasileiro João Henrique Thomaz Ferreira, em outubro de 2023.

O atropelamento ocorreu na M50, principal rodovia de Dublin, próximo à saída 11, na região de Tallaght. João Henrique, que estava na Irlanda havia cinco anos, auxiliava amigos na busca por uma moto furtada quando foi atingido por um carro da Garda (polícia irlandesa) conduzido por Doyle, que teria confundido o jovem com um ladrão de motos.

O brasileiro é filho do prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), e viajou da Irlanda ao Brasil após o incidente para iniciar o processo de adaptação à prótese.

Atualmente, ele aguarda uma segunda cirurgia relacionada à prótese, prevista para as próximas semanas.

Processo Judicial

João e a mãe Sheila Thomaz: família busca enquadrar crime como lesão dolosa. Foto: Reprodução

Neil Doyle compareceu ao Tribunal Distrital de Dublin em maio deste ano para responder pela acusação. A juíza responsável, Michele Finan, indicou que o caso poderá permanecer no tribunal distrital caso o acusado opte por se declarar culpado.

Caso contrário, será transferido para o Tribunal de Circuito, onde as penas aplicáveis são mais severas.

A audiência marcada para quinta-feira, 12 de junho, ocasião em que Doyle deveria informar se se declararia culpado ou não, foi adiada após o pedido da defesa do policial, que alegou não ter tido tempo suficiente para analisar as provas apresentadas.

A juíza concedeu a prorrogação e remarcou a audiência para o dia 25 de setembro. Segundo a família, essa será a última chance de adiamento. Na nova data, Doyle deverá obrigatoriamente se posicionar — culpado ou inocente. Se se declarar culpado, será exonerado do cargo imediatamente. Caso opte por se declarar inocente, enfrentará um julgamento perante um júri.

Sheila Thomaz, mãe de João, comentou sobre o momento difícil vivido pela família:

“Estamos insistindo, seguimos em luto, mas com esperança de justiça. Se Deus quiser, ele vai pagar pelo que fez, e isso vai virar um marco, uma jurisprudência, para que outras vítimas não sejam ignoradas. Infelizmente, aconteceu com o meu filho, mas pode evitar que se repita com outros.”

Família Contesta Enquadramento

A família de João Henrique contesta a decisão de enquadrar o caso apenas como “direção perigosa”, argumentando que o crime deveria ser classificado como lesão corporal dolosa, dada a gravidade das consequências e o contexto em que ocorreu.

O edublin conversou com Sheila Thomaz, mãe do João, que a ideia é pressionar no sentido de alterar a acusação para lesão corporal gravíssima.

“É uma lesão irreversível que impactou demais na vida dele, no resto da vida dele todinha. Então, ele tem que responder por isso. Não é só ser imprudente. A imprudência dele causou uma lesão em alguém e ele tem que ser responsável por isso”, afirmou Sheila.

A juíza, conforme informou Sheila, pode decidir amanhã que não é justo configurar o crime como direção perigosa.

“Tem que subir uma instância, ou duas, e ir para os casos mais graves. Essa é a nossa pressão agora, para que ela coloque numa instância maior, onde tenha júri popular, onde tem uma outra apuração em cima dos fatos da direção perigosa, que resultou numa lesão corporal grave”, disse.

Sheila continua:

“Não foi um acidentezinho de carro com outro carro e um incidente de trânsito, não é uma coisa assim. Não é uma direção perigosa onde ele estava só correndo um pouquinho.
Não, ele causou uma lesão e quase matou, quase tirou a vida de alguém. Então ele tem que responder por isso”, disse.

Saiba mais sobre o histórico do caso de João Henrique Thomaz Ferreira

No dia 28 de outubro de 2023, a vida de João Henrique Thomaz Ferreira, um jovem brasileiro de 23 anos que reside em Dublin, na Irlanda, desde 2018, foi drasticamente transformada após um incidente ocorrido na rodovia M50, na capital irlandesa.

João foi atingido violentamente por um veículo oficial da Garda, a polícia irlandesa, o que resultou na amputação de sua perna direita.

Após passar por um período de internação que se estendeu até 18 de dezembro, João agora está em processo de recuperação em Dublin, contando com o apoio constante de sua mãe, Sheila Thomaz, primeira-dama de São José dos Campos.

O edublin teve a oportunidade de conversar pela primeira vez com João. Em entrevista ao jornalista Rubinho Vitti, ele compartilhou detalhes impactantes sobre o incidente, além de atualizar sobre seu estado de saúde.

Sheila Thomaz, mãe de João, também compartilhou suas experiências e sentimentos sobre o ocorrido, discutindo como a família tem enfrentado os desafios após a agressão sofrida pelo filho por parte de um policial irlandês.

Entrevista com Sheila Thomaz, mãe de João

O edublin também entrevistou a primeira-dama de São José dos Campos, Sheila Thomaz, que é mãe de João Henrique Thomaz Ferreira, intercambista brasileiro que foi atropelado na estrada M50, em Dublin por um policial da Garda, no dia 28 de outubro.

Acompanhe a entrevista com Rubinho Vitti:

Brasileiro atropelado pela Garda se comunica pela 1ª vez após acidente: ‘tentou me matar’

João Henrique Thomaz Ferreira, entregador brasileiro que foi atropelado em Dublin por um policial da Garda, a polícia irlandesa, se comunicou pela primeira vez com sua mãe, no hospital onde está internado.

O jovem de 23 anos teve uma perna amputada após um carro da Garda atingí-lo em uma rodovia de Dublin.

Por estar entubado, João não conseguiu falar, mas escreveu em uma lousa para mãe: “esse cara tentou me matar”.

Segundo reportagem do G1, a mãe de João, Sheila Ferreira, que é primeira-dama de São José dos Campos e chegou à Irlanda no domingo, 29 de outubro, o filho também quis saber sobre o estado de sua perna.

“Ele pediu para escrever, se comunicou, perguntou da perna, se tinha sido amputada mesmo. Os médicos explicaram a amputação para ele, então ele está ciente que foi amputada. Depois ele só escreveu, em inglês, que queria voltar para o Brasil com a esposa dele”, disse Sheila ao portal G1.

Sheila pede que as investigações aconteçam e que exista punição. “Espero que isso seja apurado da forma correta, como tem que ser. Meu filho saiu do risco de morte. Estou aqui para ficar com ele, quero focar nisso.”

Saiba mais sobre o caso

O acidente envolvendo João Henrique Thomaz Ferreira, filho do prefeito de São José dos Campos, que teve sua perna amputada após ser atropelado por um carro da polícia em Dublin, na Irlanda, segue internado.

O caso ocorreu no último sábado, 28 de outubro, na estrada M50, na capital irlandesa.

João Henrique Thomaz Ferreira, de 23 anos, que mora na Irlanda há cinco anos, foi atingido por um veículo oficial da Garda que estava à paisana e teve sua perna direita amputada após ser prensado contra uma barreira metálica de proteção da pista.

Além da amputação, João sofreu lesões no pescoço e coágulos na coxa, de acordo com reportagem do G1. Apesar da gravidade dos ferimentos, seu quadro de saúde é estável.

João é filho do prefeito Anderson Farias, de São José dos Campos. Ele vive há cinco anos em Dublin e trabalha com entregas.

Acidente ou intencional?

 

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O caso levantou várias questões, uma das quais é se o atropelamento foi intencional. Amigos de João alegam que um guarda da polícia acelerou o carro em direção ao jovem.

De acordo com um amigo de João, em entrevista ao G1, o carro atingiu o entregador quando ele aguardava a ação da própria polícia que estava atrás de uma moto roubada.

Segundo o amigo, João e um grupo de entregadores estavam seguindo carros da Garda na rodovia em busca de uma moto roubada de um dos amigos. A moto possuía um rastreador e por isso foi possível a perseguição.

Enquanto a Garda capturava os ladrões, João estava parado com sua moto no acostamento. Foi nesse momento que os policiais à paisana encostaram e jogaram o carro em cima de João e o atropelou.

Como anda o caso?

Segundo nota enviada aos jornais locais, a Garda, Polícia irlandesa, afirma que está investigando o caso junto com a GSOC (Comissão do Provedor de Justiça da Garda Síochána) para esclarecer as circunstâncias do acidente.

A GSOC busca ouvir testemunhas e procura imagens que possam ter registrado o momento do atropelamento.

A Embaixada do Brasil em Dublin afirmou que está acompanhando o caso, prestando assistência consular à família de João. Um diplomata da Embaixada está em contato com a família e realizou uma visita ao hospital onde João se encontra internado.

Protesto

O caso gerou revolta entre amigos e familiares de João que se uniram para protestar no centro de Dublin na segunda-feira, 30 de outubro.

Centenas de pessoas compareceram, cruzando o centro da cidade, com faixas pedindo justiça para o João.

 

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Vaquinha auxilia custos de saúde de João

Uma vaquinha foi feita pela namorada do João, Julia Langneck, com o objetivo de ajudar nos custos com saúde e a possível prótese que ele deverá usar na perna.

De acordo com a página do GoFundMe, Julia diz que quem quiser “colaborar financeiramente com a prótese que ele deverá usar, fica aqui está vaquinha onde vocês podem ajudar a ele com a quantia que quiserem e puderem e desde já tanto eu quanto a família só podemos agradecer e pedir que Deus abençoe ao João e a cada um que está colaborando com a gente”.

Quase € 4 mil já foram arreacadados.

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Rubinho Vitti, Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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