Eleição presidencial na Irlanda: Catherine Connolly é eleita a 10ª Presidente da Irlanda

A candidata independente Catherine Connolly foi declarada vencedora da eleição presidencial da Irlanda neste sábado, 25 de outubro de 2025.

A votação ocorreu em 24 de outubro, encerrando às 22h, com contagem de votos ocorrendo durante todo este sábado, 25. Connolly, que é uma política independente apoiada por partidos de esquerda, conquistou 63% dos votos, cerca de 914 mil votos, superando a candidata Heather Humphreys (Fine Gael) após uma corrida marcada por temas como justiça social, sustentabilidade e transparência política.

Cerca de 3,6 milhões de cidadãos irlandeses estavam aptos a votar.

Com esta vitória, Connolly torna-se a 10.ª Presidente da Irlanda — e a terceira mulher a ocupar o cargo, após Mary Robinson (1990–1997) e Mary McAleese (1997–2011).

Três nomes figuravam oficialmente na disputa: Catherine Connolly (independente), Heather Humphreys (Fine Gael) e Jim Gavin (Fianna Fáil) — embora Gavin tenha se retirado no início de outubro, após controvérsias financeiras, deixando a corrida concentrada entre Connolly e Humphreys.

Connolly recebeu apoio formal ou simbólico de diversos grupos de esquerda, incluindo Labour Party, Social Democrats, People Before Profit, Green Party e setores independentes do Sinn Féin, consolidando uma frente progressista ampla em torno de sua candidatura.

Uma trajetória de independência

Nascida e criada em Galway, Catherine Connolly iniciou sua carreira política como “councillor”, cargo parecido com o de vereador, em 1999, eleita pelo Galway City Council. Em 2004, tornou-se prefeita da cidade, e em 2016 foi eleita Teachta Dála (TD) (representante legislativa, como um deputado) pelo círculo de Galway West.

Entre 2020 e 2024, serviu como Leas-Cheann Comhairle (vice-presidente do Parlamento), posição que ampliou sua reputação de independência, preparo técnico e defesa firme da transparência pública.

Em julho de 2025, lançou sua campanha presidencial sob o lema “Uma voz para todas as pessoas”, com foco em justiça social, neutralidade internacional, sustentabilidade ambiental e fortalecimento da língua irlandesa.

O que vem a seguir

A posse presidencial está prevista para ocorrer em novembro, quando Connolly sucederá oficialmente Michael D. Higgins.

A nova presidente deverá agora formar sua equipa de assessoria e definir as prioridades do seu mandato — que, embora de caráter sobretudo cerimonial, carrega peso moral e político no debate público irlandês.

Veja o histórico de notícias sobre o tema:

Eleição presidencial na Irlanda: candidato desiste, deixando duas mulheres na disputa

A corrida presidencial irlandesa passou por uma reviravolta significativa com a retirada do candidato do Fianna Fáil, Jim Gavin, deixando apenas duas mulheres na disputa: Catherine Connolly e Heather Humphreys.

Com isso, a Irlanda está prestes a eleger a terceira presidente mulher de sua história.

Em um comunicado divulgado nesta manhã, Gavin anunciou que estava se retirando da eleição “com efeito imediato”, após “refletir profundamente” sobre acontecimentos recentes.

O ex-treinador de futebol gaélico e ex-oficial das Forças de Defesa afirmou ter cometido “um erro que não condiz com [seu] caráter” e destacou que a decisão foi tomada para proteger o bem-estar de sua família.

“Decidi me retirar da disputa presidencial e retornar aos braços da minha família”, disse Gavin.

A saída ocorre após reportagens do Irish Independent revelarem que Gavin estaria envolvido em uma disputa com um ex-inquilino, que afirma ter pago, por engano, €3.300 de aluguel após deixar um imóvel pertencente a Gavin, entre 2007 e 2009. O ex-inquilino alega não ter recebido reembolso, apesar de várias tentativas de contato.

Durante um debate presidencial transmitido pela RTÉ, Gavin admitiu que estava “investigando o caso” e que o episódio ocorreu em um período de “dificuldades financeiras familiares”. O candidato descreveu o incidente como “parte de uma vida que ficou para trás”.

A eleição presidencial de 2025 agora torna-se um marco na história política irlandesa, com duas mulheres disputam o cargo mais alto do país.

Independentemente do resultado, a Irlanda terá uma presidente — algo que não acontecia desde a gestão de Mary McAleese (1997–2011) e sua antecessora, Mary Robinson (1990–1997), ambas amplamente admiradas por seu papel transformador na política nacional e internacional.

Eleição presidencial na Irlanda: Irlandeses têm até 7 de outubro para se registrar

No dia 24 de outubro, a Irlanda escolherá o décimo presidente da República, sucessor de Michael D. Higgins, que deixa o cargo após 14 anos divididos em dois mandatos – o máximo permitido pela Constituição.

Apenas cidadãos irlandeses podem votar (incluindo estrangeiros que fizeram a naturalização). Eles têm até terça-feira, 7 de outubro de 2025, para registrar ou confirmar sua inscrição no colégio eleitoral, condição indispensável para poder votar no pleito.

A Comissão Eleitoral Independente (An Coimisiún Toghcháin) reforça que todos os eleitores devem conferir sua situação no cadastro, especialmente os 60 mil jovens que completaram 18 anos desde a última eleição geral.

Sem o registro atualizado, não será possível exercer o direito ao voto.

O procedimento pode ser feito no site oficial Check the Register ou junto às autoridades locais.

Eleições presidenciais na Irlanda

Heather Humphreys, Catherine Connolly e Jim Gavin disputam presidência da Irlanda em 2025. Fotos: Divulgação

Três nomes estarão na cédula, o menor número de candidatos desde 1990:

• Catherine Connolly (independente, apoiada por coligação de partidos)
• Heather Humphreys (Fine Gael)
• Jim Gavin (Fianna Fáil) (DESISTIU)

O papel do presidente

Ao contrário do primeiro-ministro, que comanda o poder Executivo, o presidente da Irlanda tem função majoritariamente cerimonial.

Apesar disso, suas atribuições constitucionais são relevantes: sanciona leis aprovadas pelo Parlamento, nomeia o primeiro-ministro (Taoiseach) e ministros, comanda simbolicamente as Forças de Defesa e representa o país em visitas oficiais.