Como cuidar da saúde durante uma viagem no exterior?
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Como cuidar da saúde durante uma viagem no exterior?

Rael Pimenta

5 anos atrás

Seguro Viagem

Sabia que é obrigatório ter um seguro viagem para ir pra Europa?

Sair do seu país para uma aventura do outro lado do oceano é sempre um grande passo, por isso além da preparação financeira e toda pesquisa, tem um requisito fundamental, a saúde! E isso vale mesmo antes de sair do Brasil.

Fazer um check up, saber se está tudo em ordem, é um passo importante para que a suaa viagem ocorra com tranquilidade, ou pelo menos que você não seja surpreendido.

Hoje vamos falar desse planejamento, do que levar em consideração antes de apostar num intercâmbio, como é a saúde na Irlanda, e mais importante, como se prevenir e evitar contratempos médicos desnecessários.

A importância de contratar um Seguro de Viagens

Uma das principais dúvidas dos estudantes durante o planejamento do intercâmbio está relacionada ao seguro saúde. Afinal, existe ou não um seguro ideal para quem vai estudar fora do país?

Seguro saúde deve atender os requisitos do país de destino do seu intercâmbio. Foto: Catalin205 | Dreamstime

A resposta para esta dúvida depende, principalmente, do destino do seu intercâmbio. Isso porque cada país possui as suas próprias regras no que diz respeito ao seguro saúde para estudantes estrangeiros. Quem opta pela Austrália, por exemplo, precisa adquirir o Overseas Student Health Cover (OSCH), que pode ser adquirido tanto via agência de intercâmbio quanto pela escola na qual o estudante está matriculado. Entre os itens básicos cobertos por este seguro, estão consultas médicas, atendimento de emergência e uso de ambulância.

Para obter o visto de estudante no Canadá, não há um seguro específico que deva ser contratado pelos estudantes. Entretanto, como o sistema público de saúde do país é voltado apenas para os cidadãos canadenses, é recomendável que estudantes adquiram antes mesmo do embarque uma apólice completa, cobrindo desde consultas médicas a hospitais e até medicamentos.

No caso dos Estados Unidos e Inglaterra, apesar de necessário, também não há especificação de um tipo de seguro ideal para os estudantes. Porém, principalmente para quem vai passar uma temporada de estudos na terra do Tio Sam, vale lembrar que por lá não existe rede pública de saúde e qualquer tipo de atendimento médico pode custar uma fortuna.

E na Irlanda?

Seguro governamental é obrigatório na Irlanda. Foto: Alexmillos | Dreamstime

Seguro governamental é obrigatório na Irlanda. Foto: Alexmillos | Dreamstime

Como nós já detalhamos aqui, para estudar na Irlanda por um período maior que 90 dias, é essencial a contratação do seguro governamental. Nesse caso, a apólice é exigida na imigração como um dos requerimentos para se conceder o visto de estudante.

Mesmo assim, alertamos que apesar de obrigatório, o seguro governamental irlandês é bem limitado e cobre apenas gastos de emergência em hospitais. Portanto, se em algum momento você precisar se dirigir a um consultório médico, as despesas ficam por sua conta – destacando que cada atendimento custa, no mínimo, 50 euros.

Portanto, se você busca ter mais segurança durante a sua temporada de estudos na Ilha Esmeralda, é recomendado adquirir um seguro ou assistência viagem. Estes serviços podem ser comprados ainda no Brasil por meio das agências de intercâmbio ou pelas próprias seguradoras.

Dependendo da cobertura escolhida, você terá direito a assistência médica e odontológica gratuita durante o seu período de estudos. Além disso, alguns planos chegam a cobrir gastos com medicamentos e imprevistos que podem acontecer durante a viagem, como extravio de bagagem, por exemplo.

Os preços desses seguros variam bastante de acordo com a abrangência da cobertura escolhida. Entre as empresas que oferecem, estão a GTA, AssistCard, Cori, entre outras. Consulte aqui as diferenças de preços entre os seguros de viagem.

Planos de Saúde

Planos de saúde irlandeses também são aceitos pela imigração. Foto: Mr.phonlawat Chaicheevinlikit | Dreamstime

Desde 2011, a imigração irlandesa passou a aceitar planos de saúde privados para conceder o visto de estudante. Porém, neste caso, o seguro saúde deve ser oferecido por uma empresa que tenha base na Irlanda e que ofereça cobertura a acidentes e doenças, além de cobertura ilimitada em caso de internação hospitalar.

Se você tem interesse em adquirir um desses planos, algumas empresas que o disponibilizam são: Vhi, Laya Healthcare, Hibernian Aviva e Irish Life Health. Os preços variam de acordo com a empresa e a cobertura oferecida, sendo possível encontrar planos básicos por a partir de 45 euros por mês.

Entretanto, esses planos de saúde são bem diferentes daqueles que estamos acostumados no Brasil, já que a maioria deles não oferece consulta gratuita ao clínico geral, por exemplo, dando direito apenas a consultas online ou por telefone. Outro detalhe é que alguns procedimentos, como exames, por exemplo, podem estar sujeitos a taxas extras. Assim, antes de contratar o seu, vale ler atentamente toda a cobertura oferecida pela empresa para não se decepcionar depois.

Você conhece o cartão de saúde europeu? Deveria

Para quem escolheu a Europa como destino, conhecer o maior número possível de países e cidades, certamente, é um  objetivo latente. Mas você sabia que com o cartão de saúde europeu a sua viagem pode ficar mais segura?

O cartão de saúde europeu, conhecido na Irlanda como EHIC card – European Health Insurance Card, é um documento que garante o acesso a cuidados de saúde em caso de doença, acidente em viagem ou estada temporária em países da União Europeia e Suíça.

Para solicitar o cartão europeu na Irlanda, você precisará do PPS, uma espécie de CPF. Crédito: Shutterstock

É claro que ninguém aqui pensa em sair de férias e viajar para ficar doente, mas, como a maioria dos estudantes chega aqui apenas com o seguro-saúde governamental, cuja abrangência está restrita ao território irlandês, é melhor se precaver, não? Afinal, esse documento garante o acesso a tratamentos urgentes nas mesmas condições e custos que as pessoas cobertas pelo sistema público do país que você está visitando.

No entanto, vale lembrar: o cartão não cobre tratamento na rede privada! Além disso, ele não dá o direito de viajar apenas com o intuito de receber tratamento para uma doença na rede pública de outro país. O que ele garante é que em caso de uma eventualidade você terá acesso ao serviço de saúde pública, que aliás, nem sempre é gratuita.

Vale ressaltar, também, que o cartão de saúde europeu não substitui o seguro viagem, cuja abrangência é muito maior e é obrigatório para viajantes brasileiros em países que integram o Tratado de Schengen, devendo ter cobertura mínima de 30 mil Euros.

O cartão de saúde europeu é gratuito para todos, incluindo estudantes não europeus. Porém, para solicitá-lo é preciso comprovar ser residente na Irlanda e possuir um PPS. Com os documentos em mãos, dirija-se até o Local Health Office mais próximo da sua casa (a lista de endereços pode ser consultada aqui) e preencha o formulário. O cartão será entregue na sua casa em até 10 dias úteis.

Vale citar que, ao fazer uso do EHIC pela Europa, se for fazer uma consulta de rotina, você continua tendo que pagar pelos serviços médicos, porém muito aquém dos valores habituais (esses valores diferem de país para país). Na Espanha, a consulta médica não é cobrada; na França, você pagaria apenas 30% do valor habitual. Em Portugal, tanto consulta quanto atendimento hospitalar não têm custo; enquanto que, na Bélgica, a diária hospitalar custa 15 euros. Mais informações acesse o site do HSE.

E se um problema de saúde surge durante a viagem?

Quando embarcamos para viver uma experiência de intercâmbio, é comum cuidarmos de tudo – ou de quase tudo – nos meses que precedem o tão sonhado dia de viajar. Fazemos listas de lugares para visitar, pensamos nas possibilidades de trabalho e tantos outros detalhes, mas às vezes, nos achando super poderosos, acabamos esquecendo que não entraremos em um portal mágico onde nada de mal pode nos acontecer e que, portanto, deveríamos incluir no topo das prioridades as nossas questões de saúde. Afinal, se uma emergência nos ocorre longe do nosso país, a quem devemos recorrer?

O que fazer quando somos surpreendidos com um problema de saúde? Crédito: © Sarayuth Punnasuriyaporn | Dreamstime

É esse tópico primordial que vamos abordar no texto de hoje, afinal, todos sabemos da obrigatoriedade de um seguro saúde quando se trata de ir ao exterior, especialmente quando a viagem está vinculada aos estudos, pois o seguro deve ser pago ainda no Brasil e será exigido pela imigração do país de destino. Na Irlanda, todo estudante não europeu deve obrigatoriamente portar o seu seguro saúde para entrar no país.

O seguro obrigatório não é plano de saúde

O seguro governamental é uma exigência para entrar na Irlanda. Crédito: Health Insurance © Designer491 _ Dreamstime

A primeira informação que devemos ter em mente é a de que o nosso bom e velho seguro internacional, por maior que seja a sua cobertura, não funciona como um plano de saúde, ou seja, não poderemos usá-lo para fazer consultas de rotina e exames, por exemplo. São estritamente para casos de emergência.

É importante frisar que, na Irlanda, qualquer pessoa em situação de emergência médica tem direito a ser atendido. No caso de estudantes não europeus, como nós brasileiros, podemos acionar o seguro após o atendimento para que as despesas possam ser cobertas.

No caso do seguro governamental, normalmente vendido pelas escolas de inglês, é cobrada uma franquia de 100 euros referente à emergência. Com esse valor devidamente pago, o seguro cobre as despesas restantes, inclusive, casos de internação. Os demais seguros de viagens internacionais cobrem as despesas de emergência sem cobrar franquia.

Na dúvida, leia com atenção a apólice antes de contratar o seguro escolhido.

A carta-boleto do hospital é enviada para a casa do paciente. Crédito: © Thodonal Dreamstime

Passados alguns dias após você receber alta do hospital ou ter sido atendido no pronto-socorro, chegará ao seu endereço uma carta enviada pelo hospital (geralmente em casos de emergência aqui em Galway, o paciente é encaminhado ao University Hospital Galway). Essa carta funciona como uma espécie de boleto e vem com o valor cheio.

Mas não precisa se assustar! Apenas entre em contato com a sua seguradora para informar o ocorrido. Você terá de ir ao “Cash Office” do hospital e explicar que precisa pagar apenas a franquia (chamada “excess”) das suas despesas. Com o recibo em mãos é possível, então, enviar à seguradora, que tomará as devidas providências.

Para proteger e assegurar que qualquer pessoa possa receber tratamento adequado em caso de uma emergência, na Irlanda existe uma determinação que limita ao valor máximo de 800 euros, anuais, em caso de internação no hospital. O valor da diária hospitalar custa 80 euros e não pode ultrapassar 800 euros, mesmo se o paciente precisou permanecer no hospital por mais de 10 dias.

Conheça seus direitos

Consulados devem ser contatados em casos de emergência. Crédito © Emel Ataç Tunaboylu | Dreamstime

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, em casos de emergência em que há risco à vida, à dignidade e segurança de cidadãos brasileiros fora do país, assim como casos de morte com a necessidade de translado do corpo, a embaixada ou o consulado mais próximos devem ser contatados para obtenção de informações.

Lembre-se que estes órgãos não se responsabilizam por custos de despesas médicas ou remédios, podendo, nesses casos, apenas informar sobre hospitais que oferecem atendimento gratuito.

Apoio na Irlanda

É importante, também, tomar nota sobre quais órgãos oferecem suporte a estrangeiros em situações emergenciais, como é o caso da Nasc Ireland e do Citizen Information.

Os números telefônicos de Emergência na Irlanda são o 112 ou 999.

Você vai precisar de vacina para viajar ao exterior?

Você guardou aquela grana e planejou uma trip incrível pela Ásia. Vietnã e Camboja estão no roteiro. E aí, na hora do embarque, perguntam pelo seu certificado de vacinação. Oi?

Alguns países exigem vacinação pré-viagem. © Tero Vesalainen | Dreamstime.com

Pois é, alguns países exigem vacina, muitas vezes, comprovada por um certificado internacional. Essa não é uma exigência tão comum, mas é sempre bom dar uma olhada quando for planejar uma viagem.

A vacinação não só é uma questão de saúde, mas também de prevenção para o viajante. Há países onde epidemias, virus e condições específicas ão muito comuns, no Brasil, por exemplo, a Malária e a Febre Amarela, são algumas delas.

Só não adianta conferir um dia antes da partida, porque a vacina contra a febre amarela, por exemplo, precisa de dez dias para fazer efeito, de modo que tomar na véspera do voo significa que você não estará, ainda, imune à doença.

O exemplo que demos acima não foi à toa, já que a vacina contra a febre amarela é a mais exigida. Portanto, se você é aventureiro e adora estar na estrada, vale a pena tomá-la, já que a sua validade se estende por dez anos.

As exigências variam de acordo com o destino, origem e, até, conexão. A Arábia Saudita, por exemplo, exige vacinação contra poliomielite e doença meningocócica.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Bolívia, Angola, Mali, Costa do Marfim e uma série de países africanos exigem a vacinação para liberar sua entrada, não importa de onde você venha.

Só para quem vem de área de risco?

Existe, ainda, uma lista muito maior: a da exigência de vacinação àqueles que vêm de áreas de risco, na qual o Brasil está incluído. Além do nosso, que ganhou lugar graças à febre amarela, fazem parte desta lista países como China, Costa Rica, Camboja, Egito, Equador, Guatemala, Índia, Madagascar, Malta, Nepal, África do Sul, Tunísia, Vietnã.

Portanto, se você vai do Brasil para algum desses países, melhor garantir a vacina e o certificado, que explicaremos daqui a pouco como conseguir. Isso envolve, também, conexões.

As regras são diferentes em cada país, mas, se você fará conexão em um dos lugares dessa lista, mesmo que fique apenas algumas horas no aeroporto, é melhor viajar prevenido!

A lista completa com todas as áreas de risco ou com os países que exigem vacina você encontra aqui, no site da OMS.

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Como dissemos, a OMS faz recomendações pontuais no que diz respeito a vacinas para quem viaja a alguns países específicos. Para aqueles que querem se aventurar por países asiáticos e africanos, a recomendação é de que estejam vacinados contra cólera, hepatite A, raiva e febre tifoide, pois essas áreas são consideradas de alto risco de contaminação.

Se você visitar países africanos com risco de contaminação de malária, poderá optar por medicamentos que previnam a doença.

A Anvisa disponibiliza centros de orientação ao viajante no Brasil todo. Lá, você pode receber orientações direcionadas ao seu roteiro de viagem. Confira a lista dos endereços aqui.

Certificado Internacional

A carteirinha de vacinação que você recebe no posto de saúde não tem validade fora do Brasil. Por isso, você precisa pegar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP).

Para retirar o seu, é preciso levar a carteirinha até um dos Centros de Orientação ao Viajante. Confira se na carteira de vacinação constam o lote da vacina, a assinatura do profissional que a aplicou, a identificação da unidade de saúde e a data da aplicação.

Vale ficar de olho, também, em outras vacinas necessárias, caso você vá para regiões endêmicas, como é o caso da vacina contra a Hepatite A, transmitida principalmente por alimentos e água contaminada.

Saúde emocional também é importante

Uma viagem para outra cultura apesar de fascinante, acarrenta em um turbilhão de sentimentos e incertezas. Nesses muitos anos de E-Dublin já noticiamos algumas histórias tristes de estudantes que não seguraram  a pressão de tanta mudança durante a jornada do intercâmbio.

Portanto, levar em considerção o seu estado emocional pré e durante o intercâmbio é muito importante. Um dos problemas mais recorrentes para quem opta os países do Norte para morar é a chamada SAD. E, antes que você diga “Claro, SAD é triste em inglês”, eu direi: S.A.D. – Seasonal Affective Disorder. OK, eu adoro complicar as coisas e isso tem cara de doença, mas, na verdade, se você não se cuidar pode virar mais uma vítima desse transtorno, também conhecido como “Depressão de Inverno”.

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Cansaço excessivo, preguiça e falta de ânimo são sintomas da SAD. Crédito: Shutterstock

Você que já está há um tempinho na Irlanda, diga aí: nas últimas semanas não anda rolando aquela preguiça, desânimo ou aquele sono incontrolável? Esses são sintomas naturais no período de inverno – e agravados nos países do norte. Isso acontece pela ausência ou escassez da luz solar, que é hiper, mega, power importante para a nossa sobrevivência.

Sabe aquela história de europeu ser um povo frio? Parte disso é pela falta do sol. Parece conversa para boi dormir, mas não é. A luz solar é nossa maior fonte de vitamina D, responsável pela liberação de hormônios do bem estar. O simples fato de acordar e vê-lo raiando lá fora, já muda completamente o organismo, e como você sabe, aqui na Irlanda essa visão paradisíaca está fadada a praticamente 165 dias no ano (sendo bem otimista).

Bom, e onde entra a tal da SAD nessa história toda? Exatamente na falta do sol! Sem ele, o organismo deixa de produzir a vitamina D e passa a produzir um outro hormônio chamado melatonina, e o resultado é sentido no corpo. Vai dando aquela preguiiiiiiça.

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O frio está te deixando cada vez mais preguiçoso? Preste atenção! Crédito: Shutterstock

Então galera, já fica a dica: seja forte, saia da cama, circule, pois para correr da SAD você precisa ir em busca de qualquer resquício de luz solar – e mesmo que você não o veja por causa do tempo nublado, a luz do dia já dará uma amenizada na situação. Para casos mais sérios, onde a SAD evolui para um quadro de depressão, existem tratamentos de exposição a uma luz que simula a iluminação solar, mas isso só mesmo com recomendação médica.

Segundo especialistas, nesse inverno uma em cada 15 pessoas será afetada pela SAD.

Mulherada, vocês precisam de um esforcinho extra para fugir da dita cuja, pois, segundo pesquisas sobre o transtorno, estamos sete vezes mais propensas a sofrer desse mal do que os homens. Então, vamos nos unir e montar uma programação quentíssima e outdoor, pois o período de risco só termina no final de março! :(

Lembre-se: o E-Dublin é um site de Intercâmbio que fala sobre tudo relacionado a esta empreitada na Irlanda or wherever! Se você é um especialista, ficariámos felizes em enriquecer este artigo com sua opinião e informações complementares! =)

Pensando nesta questão, convidamos a psicóloga Silvana Byrne para falar de um tema de saúde muito latente: a saúde emocional!

Como é a Saúde na Irlanda?

Se você mora na Irlanda ou está pesquisando como é a vida na por aqui, já deve ter se deparado com posts sobre como é a saúde do lado de .

A Saúde na Irlanda é ponto crítico, por isso o seguro saúde é tão importante. Foto: Shutterstock

Com certeza, a Saúde na Irlanda é ponto crítico, por isso o seguro saúde é tão importante.

O Brasil dá de 10 a 0 em relação à Irlanda quando o assunto é Saúde, com exceção da parte obstétrica que, na minha opinião, está anos luz à frente do nosso país, por encarar a gravidez justamente como nossos avós a encaravam.

Por outro lado, em outras áreas faltam especialistas e o sistema é bem diferente ao que a gente, de classe média, está acostumado.

Na Irlanda, não existe saúde pública, com exceção dos portadores de Medical Card (um benefício concedido aos cidadãos europeus que estejam desempregados e que comprovem a impossibilidade de arcar com despesas médicas), dos aposentados e de crianças até os 6 anos de idade (para consultas no Clínico Geral). Os outros todos precisam pagar.

Se o atendimento que você procura não é de emergência, o primeiro passo é marcar uma consulta com um GP – General Practitioner (o Clínico Geral), que geralmente cobra entre €50 e €70, dependendo da área onde você mora. Se o seu problema precisar de uma atenção especializada, o encaminhamento é feito através do próprio médico. Se isso acontecer, ele vai te perguntar se você quer ir pelo sistema público ou pelo privado.

No caso de optar pelo público, a espera pode ser longa, de meses – nada diferente do SUS. Se optar pelo privado, o atendimento será muito mais rápido.

Caso você precise de um atendimento de urgência, ao se dirigir a um dos hospitais, você pagará uma taxa de €100 – se precisar fazer exames, nessa taxa eles já estarão inclusos.

Porque é importante procurar o médico logo no início dos sintomas? É normal que tendo que colocar a mão no bolso a gente acabe adiando a ida ao médico e não procure ajuda logo que os sintomas aparecem. Mas, se sua situação se agravar, pode ser muito pior, não só por motivos óbvios de saúde, como também por motivos financeiros. Sem contar que não há nada pior do que ficar seriamente doente longe de casa, não é mesmo?

Se você desenvolver algum sintoma, procurar o seu GP e ele te encaminhar ao hospital, você não precisa pagar a taxa de emergência, ou seja, ao invés de pagar €100, você paga apenas os €50 do clínico geral.

Lembre-se, também, que internação e possíveis operações e intervenções não estão inclusos nessa taxa, por isso, antes de fazer seu intercâmbio, pesquisar um bom seguro saúde é fundamental.

Taxa de emergência 

Nos últimos meses, alguns hospitais da Irlanda aumentaram o valor da taxa do serviço de atendimento emergencial para visitantes e cidadãos não europeus que vivem no país por um período inferior a 12 meses. Essa medida consequentemente engloba os intercambistas que desembarcam no país para estudar inglês e possuem visto válido por 8 meses, e também turistas. Neste caso, dependendo do hospital onde você for, a taxa de atendimento no departamento de emergência pode variar de 100 até 506 euros.

Atendimento emergencial fica mais caro para visitantes. Foto: Ponytail1414 | Dreamstime

Atendimento emergencial fica mais caro para visitantes. Foto: Ponytail1414 | Dreamstime

Portanto, antes de se dirigir a um hospital em busca de atendimento, é recomendável procurar a um clínico geral, aqui chamado de GP, sigla para general practitioner. Assim, se o médico considerar que o seu problema exige atendimento hospitalar, este te encaminhará para a unidade emergencial mais próxima e você não precisará desembolsar uma fortuna para pagar pelo atendimento.

O departamento de saúde irlandês, chamado de Health Service Executive (HSE), divide os cidadãos não europeus em dois grupos: residentes e visitantes. São classificados como residentes as pessoas que vivem na Irlanda há pelo menos um ano ou que devem permanecer no país por no mínimo este período.

Esta modalidade engloba estudantes internacionais matriculados em cursos cujo programa tem duração mínima de 12 meses, por exemplo, cursos de graduação e pós. Neste caso, ao precisar utilizar os serviços de emergência de um hospital irlandês, paga-se uma taxa padrão de 100 euros.

De acordo com o HSE, é responsabilidade do estudante provar se é residente no país. Isso pode ser feito mostrando o visto no passaporte no momento de admissão no hospital

No grupo dos visitantes, estão as pessoas que devem permanecer no país por menos de 1 ano. Estudantes internacionais que estão matriculados em cursos com duração inferior a 12 meses, são considerados visitantes e consequentemente pagam mais caro pelo atendimento, dependendo do hospital visitado.

Taxas para visitantes

Taxas de atendimento podem chegar a 506 euros. Foto: Eyewave | Dreamstime

Não há um preço padrão preestabelecido pelo departamento de saúde irlandês para os serviços hospitalares utilizados pelos visitantes. Assim, os hospitais têm a liberdade de determinar o valor da taxa pelo atendimento – e as taxas variam entre os hospitais.

O St. James Hospital, em Dublin é o que tem uma das tarifas mais caras, de 506 euros por visita. Seguido pelo Beaumont Hospital, com o custo de 446.82 euros. No Mater Hospital, a tarifa é de 380 euros. No Tallaght Hospital, o atendimento sai por €314, enquanto no St Vincent’s Hospital é cobrado €300. Em Dublin, o Connolly Hospital Blanchardstown é o único que cobra 100 euros para visitantes.

Fora da capital, os preços também podem variar. O Cork University Hospital, por exemplo, cobra 204 euros por visita, já no University Hospital Galway a tarifa é de 200 euros. O University Hospital Limerick cobra 100 euros.

De acordo com o HSE, estão isentos das taxas de atendimento de emergência nos hospitais irlandeses as pessoas que possuem o cartão médico irlandês ou o cartão de saúde europeu.

Vale destacar que mesmo tendo o seguro governamental você terá que pagar pelo atendimento de emergência num hospital irlandês. A diferença é que, em alguns casos, você poderá solicitar reembolso do valor gasto com as despesas hospitalares. Porém, é importante ler sua apólice com atenção já que há um limite de gastos cobertos pelas seguradoras.

Um detalhe importante para quem possui seguro viagem, como o GTA, por exemplo, é se atentar às regras impostas pela seguradora para utilização do serviço. Sendo que, muitas vezes é necessário contatar a seguradora antes de se dirigir a um hospital.

Como ter acesso a um médico na Irlanda?

Se algum dia você for surpreendido por algum problema de saúde na Irlanda, seja uma infecção, um problema de pele, anemia, gripe, e não soube o que fazer, preste atenção no post de hoje, pois vou contar as minhas experiências com seguro e plano de saúde, médicos irlandeses, hospital público, clínicas particulares, acupuntura e todas as experiências que vivenciei nesses anos de Irlanda.

Clínico Geral, o famoso GP (General Practitioner)

Não tenha dó de usá-los! E prepare-se para não poder renová-los! Foto: Shutterstock

Você perceberá muito rapidamente que na Irlanda a maioria dos atendimentos acontecem com o Clínico Geral. Sabe aquela coisa do Brasil de ah… eu vou no clínico pedir uma consulta com o cardiologista por que estou tendo palpitações? Esquece. Aqui, é muito raro você decidir em que especialidade quer ir, é o GP, oun seja o clínico geral que vai tentar reolver a sua questão e só na última instância, ele te encaminhará para o especialista.

Pode ser bem frustante, mas é isso que acontece por aqui. Acostume-se!

O conselho que dou para quem procura um bom clínico geral e não alguém formado em atendimentos rápidos, é pedir indicação para os próprios irlandeses. Lembram daquela minha infecção de garganta?

O médico indicado pelo plano de saúde não se assegurou de qual natureza a infecção poderia ser e passou 2 minutos e meio comigo no consultório para indicar dois antibióticos fortíssimos. Os dois, que juntos eram uma bomba, resolveram o problema durante uma semana e logo depois a infecção voltou – e pior, nada resolvia. Logo mais, um cisto nasceu na minha nuca.

Tempos depois, fui no GP que atende o meu namorado desde criança e ao ouvir tudo que eu tinha pra contar, examinou cuidadosamente o local e disse que não era nada grave. O que estava proeminente estava só inflamado e diminuiria se eu evitasse bebidas alcoólicas, fizesse gargarejos diários e protegesse os ouvidos corretamente. Dito e feito.

Além disso, ele marcou uma pequena cirurgia plástica para a retirada do cisto em um hospital público da cidade. A carta com o agendamento chegou na 3ª semana de julho daquele ano, com a cirurgia marcada para DEZEMBRO do ano seguinte, ou seja, um ano e meio de espera por um procedimento com um doutor chamado ANJMAL! Como pensei se tratar de um sinal divino, achei melhor fazer o procedimento no Brasil com a médica da família.

Plano de Saúde Emergencial (GTA, Mondial e etc)

Quando vim do Brasil, assim como muitos, comprei o plano GTA Bronze, que na época custava cerca de 700 reais e era o mais popular entre os estudantes. O plano, que é muito eficiente, tem um preço legal e realmente atendeu minhas necessidades, o que fez a minha cabeça na hora da renovação um ano mais tarde.

Então liguei para a agência com quem tinha fechado e pedi para que eles providenciassem outro ano de cobertura. Alguns dias mais tarde veio a surpresa, minha apólice foi NEGADA. A moça da agência me explicou que os seguros negam pedidos de renovação quando são muito utilizados – isso porque só usei o seguro em três emergências que tive aqui: uma obturação que caiu, uma alergia seríssima à maquiagem e uma infecção de garganta que aumentou em 30% uma das minhas amígdalas.

Depois dessa experiência, recomendo a todos que, caso tenham adquirido Plano de saúde emergencial e peguem uma forte gripe, lesionem algum músculo, caiam e se machuquem, tenham alergias ou necessitem de qualquer atendimento de urgência, não fiquem em casa esperando passar. O seguro serve exatamente pra isso e deve ser utilizado durante o período que você o adquiriu. Se eu, que usei em três casos de vida ou morte, tive o segundo seguro negado, não compensa gastar 700 reais pra ficar em casa durante a validade da apólice.

Seguro Saúde Governamental

O seguro governamental, não serve para nada.Foto: Shutterstock

O seguro governamental, não serve para nada.Foto: Shutterstock

Me desculpe a sinceridade, mas esse não serve para nada. Como não tive o Plano de Saúde renovado, resolvi pegar o seguro governamental para poder renovar meu visto à tempo, mas no decorrer do ano foi como não ter comprado nada.

Toda consulta, ao contrário do GTA, é paga na hora e reembolso não existe. Gastar de 120 a 150 euros para economizar e daí ter que pagar no mínimo mais 55 euros toda vez que for no Clínico Geral ou pagar diária de internação, mais os medicamentos, não é uma solução muito inteligente. Prefira gastar €300 em algo que vá funcionar, do que metade em algo que não vai te adiantar de nada.

Plano de Saúde (Aviva, Laya Healthcare, etc)

Depois de passar por essas duas experiências, decidi contratar um plano de saúde sério para cobrir emergências, internações ou quaisquer outros problemas. O plano, que é um pouco salgado – uma média de 670 euros por ano – pode ser dividido em até 12 vezes e, pelo menos para mim, pareceu ser a melhor opção pra escapar dos hospitais públicos.

Procurando médicos por conta

Para alguns exames que fiz, não precisei passar por clínicos gerais, já que existem clínicas específicas que dispensam a intermediação do GP, onde é só agendar e pagar. Só não esqueça de se certificar de que não há taxas a serem pagas além da consulta. Além da Marie Stopes (que também atende homens), a Well Woman Centre e o dentista irlandês já citados acima, uma amiga que precisou de dermatologista correu na Medicus Centre e disse que está recomendada.

Como é ir ao dentista em Dublin.Foto: Shutterstock

Dentista: Lembram da minha obturação que caiu? O dentista indicado pelo seguro foi excelente, tive todos os meus dentes examinados por uma microcâmera, ganhei uma bela limpeza e uma obturação que, segundo o dentista, deve durar pelos próximos quinze anos. Além disso, saí com um mapinha de quais dentes precisariam de uma calibrada em breve. O preço? 140 euros, pagos pelo seguro emergencial.

Mas uma obturação minha se perdeu num chiclete e lá fui eu atrás de um dentista um pouco mais em conta que o doutor acima. Olhando e pesquisando, me indicaram uma brasileira que atendia do outro lado da cidade. Cheguei lá, crente de que a obturação não passaria dos 80 euros (divulgado num fórum), veio a surpresa de que eu teria de pagar uma taxa de inscrição, que devia ser mais uns 60 euros. Acabei pagando e a conta saiu 150 euros.

Mais caro que o dentista estrela no centro da cidade! Depois da segunda obturação caída, eu já estava xingando a terceira geração da dentista que me atendeu no Brasil antes de eu viajar pra cá. Só que aí veio a surpresa… uma terceira obturação caiu em seguidinha! Respirei fundo e fui atrás do terceiro dentista.

Uma menina que trabalhava comigo me indicou uma clínica no centro que ela havia ido e disse que era batata. Liguei lá atrás de um horário com a dentista indicada e, como ela estava de férias, aceitei me consultar com o doutor X.

Chegando lá, o Dr. X não estava e vieram 3 outros doutores tentando descobrir o que eu queria, até que chegou um que disse que faria a operação. O doutor então DEITOU em cima de mim pra “alcançar” meus dentes, fez o procedimento em dez minutos e insistiu que o incômodo que eu sentia (provindo do dente sem obturação) era por conta do dente do siso, mesmo eu dizendo já ter feito raio X há alguns anos e não tinha dente pra nascer.

Ele me levou pra fazer o exame, onde tive que tirar todos os piercings. Descobri mais tarde que essa verificação custava 10 euros extra e a conta saiu 70. Cheguei em casa pra olhar o serviço e vi que ele havia obturado o dente errado.

Depois dessa última consulta, desisti de dentistas na Irlanda e fiz absolutamente tudo que tinha pra fazer no Brasil com uma nova dentista, pagando um preço bem melhor.

Temas femininos

A clínica ginecológica Marie Stopes na Irlanda é um excelente lugar para se cuidar.Foto: Shutterstock

A clínica ginecológica Marie Stopes na Irlanda é um excelente lugar para se cuidar.Foto: Shutterstock

Ginecologista: visitei uma clínica chamada Marie Stopes (que é melhor que muitos consultórios no Brasil), cheia de senhorinhas simpáticas que atendem e esclarecem dúvidas com o maior carinho.

A clínica oferece uma série de tratamentos, como papanicolau (se você tem entre 25 e 60 anos o exame é feito de graça), testes de gravidez, HIV, HPV e uma série de outros exames. A clínica também oferece aconselhamentos acerca de gravidez indesejada. Além da Marie Stopes, ouvi falar que o Well Woman Centre também é um excelente lugar para se cuidar.

Programa preventivo contra câncer de útero

Você sabia que a Irlanda promove um programa de prevenção do câncer de colo do útero voltado para todas as mulheres residentes no país?

Chamado Cervical Check, o programa foi criado em 2008 e oferece, gratuitamente, o exame Papanicolau, aqui chamado de smear test, para todas as mulheres que tenham entre 25 e 60 anos de idade.

O que é o smear test?

A idade mínima para participar do programa de exame papanicolau é de 25 anos. Foto: Shutterstock

O smear test é uma das melhores formas de prevenção ao câncer de colo uterino, já que esse exame é capaz de checar se há alterações nas células do colo do útero. Sua realização é bem rápida, levando em torno de cinco minutos, e os resultados ficam prontos em até quatro semanas.

De acordo com dados do programa Cervical Check, cerca de 85% dos resultados são normais. Segundo os médicos, mudanças nas células cervicais são comuns. Está aí a importância desse exame, já que, com ele, é possível detectar as alterações com antecedência, monitorá-las e aplicar o tratamento adequado, caso seja necessário.

A idade mínima para participar do programa é de 25 anos. A explicação para isso é que mulheres mais jovens, mesmo que apresentem alterações nas células do colo uterino, raramente desenvolverão câncer no colo do útero.Entre as alterações nas células cervicais mais comuns encontradas nas mulheres estão as causadas pelo Human Papiloma Virus, o HPV. Estima-se que a maioria das mulheres sexualmente ativas terão contato com esse vírus em algum estágio da vida. Muitas delas eliminam o vírus naturalmente, mas, em outras, ele causa alterações no colo uterino.

Como participar?

Papanicolau na Irlanda é gratuito. Foto: Shutterstock

Papanicolau na Irlanda é gratuito. Foto: Shutterstock

Como mencionamos, o programa é voltado para todas as mulheres entre 25 e 60 anos residentes na Irlanda. Isso inclui estrangeiras e, consequentemente, estudantes.

O único requerimento para participar é ter um número PPS (Personal Public Service Number). Após isso, é necessário acessar a página do programa e agendar gratuitamente o exame em um dos 1400 endereços espalhados por todo o país.

Em caso de alterações detectadas no exame, um segundo Papanicolau poderá ser agendado ou, então, será realizado o seu encaminhamento para um exame mais detalhado, a colposcopia. Ele é realizado em 15 pontos pelo país e também é gratuito.

Como reduzir o risco de câncer?

Primeiramente, é importante realizar o smear test regularmente. Além disso, os médicos alegam que fumar é um grande inimigo à saúde e pode aumentar a possibilidade de desenvolver a doença.

No caso de mulheres que apresentam sangramentos fora do período menstrual ou corrimentos vaginais, é recomendado procurar um médico com urgência.

Por que paramos de tomar anticoncepcional e Gineco na Irlanda – Strike a Pose#07

É normal que tendo que colocar a mão no bolso a gente acabe adiando a ida ao médico e não procure ajuda logo que os sintomas aparecem. Mas, se sua situação se agravar, pode ser muito pior, não só por motivos óbvios de saúde, como também por motivos financeiros. Sem contar que não há nada pior do que ficar seriamente doente longe de casa, não é mesmo?

Se você desenvolver algum sintoma, procurar o seu GP e ele te encaminhar ao hospital, você não precisa pagar a taxa de emergência, ou seja, ao invés de pagar €100, você paga apenas os €50 do clínico geral.

Lembre-se, também, que internação e possíveis operações e intervenções não estão inclusos nessa taxa, por isso, antes de fazer seu intercâmbio, pesquisar um bom seguro saúde é fundamental.

E não se esqueça, na Irlanda, faça como os irlandeses: A Pint a day keeps the doctor away!

Tratamentos alternativos

Os tratamentos alternativos são bem caros. Foto: Shutterstock

Os tratamentos alternativos são bem caros. Foto: Shutterstock

Acupuntura, Reflexologia, Massagem, Quiropraxia e outras soluções alternativas são sempre bem-vindas quando o problema não precisa de “manutenção”. Esses tratamentos são bem caros, custando a partir de 40 euros/15 minutos e podem ficar ainda mais salgados de uma clínica pra outra.

Uma boa dica para quem gosta ou quer fazer de vez em quando, é ficar de olho nas ofertas do Groupon.ie que, pelo menos uma vez por semana, você vai achar uma boa promoção nesses itens. Do contrário, o único jeito de ficar um pouco mais barato é sendo custeado por planos como o Aviva.

Clínicas recomendadas: Melt e The Herbal Inn

Caso você tenha ido ao fisioterapeuta, nutricionista, cardiologista e uma série de outros médicos, deixa a sugestão pra gente nos comentários :)

Ir ao dentista em Dublin é caro?

Para muitos, ir ao dentista é igual copa do mundo: uma vez a cada 4 anos. Porém muita gente tem o hábito de ir ao dentista a cada 6 meses, seja para um simples checkup, limpeza ou para dar início em algum tratamento.

Mas “dizem por aí” que dentista na Irlanda é caríssimo e não compensa. Por isso hoje vou contar minhas experiências com dentistas por aqui, tentar desmistificar essa ideia de que é caro e você mesmo pode tomar sua decisão.

Ir ao dentista para fazer limpeza / checkup básico

Talvez o mais comum dos tratamentos, eu lembro muito bem de quão chato era ouvir aquela maquininha passando entre os dentes e a aguaceira que voava no meu rosto. Além disso, o dentista que eu ia em São Paulo insistia em querer puxar assunto durante o procedimento. NÃO DÁ PRA FALAR! Duvido que alguém consiga manter um diálogo decente com seu dentista enquanto está com a boca aberta, cheio de gazes entre as gengivas e com aquele canudo sugando sua baba.

Quando fui ao dentista em São Paulo pela última vez para uma limpeza, gastei 200 reais na consulta. Não sei se é caro, barato ou padrão – mas se eu ganhasse em reais consideraria caro. Com euro em alta (na época 3:1, agora 4:1), ficaria uns 50 euros.

Quanto custa uma ida ao dentista na Irlanda. © Hongqi Zhang (aka Michael Zhang) | Dreamstime.com

O dentista que visitei na Irlanda fica em Dublin 2, perto da sede do Google, na Shelbourne Clinic. Eles são ótimos! Super simpáticos e atenciosos em minha primeira consulta em terras verdes.

O custo da consulta foi de 45 euros (ou seja, mesmo convertendo em 4:1 sai um pouco mais barato do que o que fui em São Paulo) e eles tem um equipamento de dar inveja. Tudo muito moderno, com laser, luzes especiais e outras coisas que nem entendo, mas que na prática não faziam barulho nenhum, não espirrava água na minha cara e, para mim, o melhor: eles não ficaram puxando assunto enquanto eu estava com a boca aberta! Apenas perguntavam “Está tudo ok? Você pode fazer um gesto com a mão se precisar que eu pare”.

No vídeo abaixo dá pra ver o consultório deles e o equipamento. Mark foi o dentista que me atendeu.

Eles também têm sempre uma assistente ao lado, que ajuda no procedimento sempre que necessário. Como foi minha primeira vez, ele fez um scan da minha arcada dentária sem custo adicional, apenas para ver se estava tudo ok mesmo.

O procedimento foi tranquilíssimo (achei melhor que no Brasil) e gostei porque eles explicam tudo que você precisa saber, tiram dúvidas e tudo mais. Não ficaram me empurrando coisas ou produtos, e muito menos querendo que eu fosse embora logo. Ainda ganhei uma pasta e escova especial de brinde – típico de dentista, hehe – com dicas de escovação.

Existe uma outra rede muito conhecida por aqui que nunca fui, a Smiles Dental. O preço é um pouco melhor que o da Shelbourne Clinic. Você encontra unidades da Smiles em vários lugares da cidade. Se alguém já fez consulta com eles, deixa a dica aqui nos comentários contando se foi bom ou não :)

Clínica de odontologia em Dublin

Smiles Dental no centro de Dublin. Foto reprodução.

Em resumo – Valores muito parecidos com os que paguei/pagava em São Paulo, com (aparentemente) equipamentos muito mais modernos e sem tentar te vender mais consultas ou tratamentos. Achei justo e passou a ser minha rotina anual (não como uma copa do mundo, mas também não tão frequente quando deveria, imagino!).

E aí, quem já foi ao dentista aqui na Irlanda? Achou melhor? Pior? Igual? E os preços no Brasil? Em São Paulo eram esses mesmo ou eu estava tomando golpe? :)

Quanto custa manter um aparelho dentário na Irlanda?

Deixar de frequentar os profissionais de anos, como médico, cabeleireiro e até o dentista da família, faz parte desse período ímpar da vida, que é o intercâmbio.

E falando neles, os dentistas, você já parou para pensar que uma consulta rotineira ao dentista pode não ser tão simples na Irlanda? E você que usa aparelho dentário (dental braces, em inglês), sabe o que fazer e onde ir para uma manutenção em Dublin? Se sua resposta for negativa, prepare a caneta pois vamos te dar uma forcinha nisso!

Após uma busca rápida pelos grupos de discussão na internet, percebi que esta é uma dúvida recorrente de vários intercambistas que vivem em Dublin ou que estão planejando vir. Será que por aqui é possível encontrar um dentista bom, barato e confiável? Parecem muitas exigências, não?

Quais os preços e as opções?

A manutenção do aparelho dentário na Irlanda não é tão diferente que no Brasil. Crédito: Shutterstock

Existem várias opções de clínicas odontológicas em Dublin. Aqui nesse site você pode ter uma ideia dos preços irlandeses. Mas já vamos avisando: não é nada barato cuidar da saúde bucal na Irlanda.

O bom mesmo é viajar com tudo certo. Porém, além dos imprevistos, alguns tratamentos precisam de continuidade. Se esse é o seu caso, vão aí duas dicas de como continuar cuidando do sorriso com preços acessíveis e atendimento brasileiro:

A primeira dica é a clínica Brilliant Smile Dublin, que fica em Dublin 7. Uma consulta custa por volta de 120 euros (mas vale sempre consultar os preços na hora de agendar a consulta).

Se na primeira visita você já estiver disposto a fazer a manutenção, a consulta sai grátis e você paga de acordo o tratamento que fizer. A clínica faz limpeza, ajuste e troca de peças. É necessário que o paciente leve toda a documentação entregue pelo ortodentista no Brasil, principalmente o raio-x (pra facilitar na avaliação do tratamento). Além disso, é feito um molde do paciente na primeira visita. Muitos produtos utilizados pela clínica vêm do Brasil, o que gera uma certa segurança, caso tenha dúvidas sobre os produtos que são usados por aqui.

Outra opção é a clínica irlandesa Smiles Dental, que possui 22 unidades em toda Irlanda. A clínica parece ser bem popular em Dublin e tem brasileiros na equipe. Lá também é necessário fazer primeiro uma avaliação e o valor do tratamento dependerá da necessidade do paciente. O preço de uma consulta de rotina é 40 euros, que inclui exame, diagnóstico e plano de tratamento. Você pode acessar o site da clínica clicando aqui para encontrar uma unidade próxima de você e obter mais informações.

Em todo caso, vale sempre uma conversa com seu ortodontista antes de viajar para decidir qual a melhor opção enquanto você estiver fora.

E se você quiser entender melhor como é fazer uma visitinha básica ao país para um check-up dentário, aconselho a ler o texto onde o Edu nos conta a sua própria experiência.

Como cuidar da Saúde Sexual na Irlanda?

Conheceu uma pessoa incrível no intercâmbio e as coisas estão ficando mais íntimas? Vale lembrar que se cuidar é essencial. Portanto, além do indispensável uso da camisinha, é sempre bom fazer exames para se certificar de que tudo está em ordem com o seu corpo.

Afinal, é impossível saber se alguém ter alguma DST (doença sexualmente transmissível) apenas pela aparência. Assim, tanto homens quanto mulheres precisam realizar exames preventivos regularmente. A boa notícia é que existem diversas formas bem práticas de se fazerem os testes na Irlanda. Confira:

Guide Clinic

Realizar check-up é essencial para manter a vida sexual saudável. Foto: Dreamstime

A Guide Clinic é uma unidade do St. James Hospital, em Dublin, especializada em DST. Além de realizar os exames com sigilo total, o atendimento é gratuito e bem rápido.

Não é necessário agendar atendimento na Guide Clinic, pois ele é realizado por ordem de chegada. Para ser atendido, basta comparecer ao local às segundas, terças e quintas, a partir das 8h da manhã, para retirar o seu tíquete de atendimento. Nos demais dias, a clínica atende apenas casos específicos, que apresentem agendamento prévio.

Além dos exames, a clínica oferece tratamento para as principais doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia, sífilis, herpes, verrugas genitais, HIV, entre outras.

Para as mulheres, vale destacar que a clínica não realiza o teste para HPV (papiloma vírus), um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Nesse caso, é necessário ir a um clínico geral, aqui chamado de GP, para realizar um smear test, o papanicolau.

Guide Clinic realiza testes e tratamento de DST’s gratuito. Foto: Dreamstime

Ao chegar à Guide Clinic, você deve preencher um formulário, que inclui informações como nome, telefone e endereço. Atenção: para ser atendido na clínica, é necessário ter um número de telefone irlandês, caso eles precisem entrar em contato com o resultado de exames.

De acordo com a clínica, os resultados dos testes para DST’s como gonorreia, candidíase, vaginite, por exemplo, ficam prontos entre 20 e 30 minutos após a realização dos exames. Entretanto, os testes para clamídia e HIV levam em torno de 2 semanas para serem concluídos.

Caso o diagnóstico seja positivo para alguma DST, um consultor de saúde vai orientar sobre o problema e oferecer o tratamento gratuito. Para a maioria dos pacientes, o retorno à clínica para acompanhar o tratamento não é necessário, acontecendo apenas em casos mais complexos.

Além da Guide Clinic, em Dublin, pacientes podem realizar os testes para DST na STI Clinic do Mater Hospital, no centro da cidade. O atendimento também é gratuito. Entretanto, é necessário agendar a consulta com antecedência.

Para quem está fora de Dublin, a boa notícia é que o departamento de saúde irlandês (HSE) disponibiliza clínicas de DST que atendem gratuitamente em todo o país. A lista completa está disponível online.

Lets get checked

Para quem quer checar a saúde sexual com um pouco mais de privacidade, sem precisar ir ao médico, o Lets Get Checked é uma maneira bem prática de se realizar o teste de DST.

O kit para a realização do teste pode ser adquirido online ou nas principais farmácias do país. Você mesmo realiza a coleta da amostra que será analisada e reenvia o teste para o laboratório. A amostra será analisada e dentro de 2 dias um profissional de saúde entra em contato por telefone com os resultados.

Ao contrário da Guide Clinic e outras clínicas de DST disponibilizadas pelo departamento de saúde irlandês, onde o atendimento é gratuito, o Lets Get Checked custa a partir de 49 euros. Nesse caso, é possível testar para DST’s como clamídia e gonorreia.

Versões mais completas do teste também estão disponíveis. Por 249 euros, por exemplo, você pode ser testado  para uma gama muito maior de doenças, incluindo herpes, HIV, sífilis, hepatite, entre outras.

Sintomas de DST’s

Como fazer exame DST na Irlanda. Foto: Dreamstime

Alguns dos principais sintomas de DST são:

– Coceira ao redor da vagina/pênis;
– Corrimento/secreção na uretra do homem;
– Dor durante o sexo ou ao urinar;
– Lesões de tipo cancro, não dolorosas, na área genital, ânus, língua e/ou garganta;
– Urina escura, urinar a todo o momento, fezes mais claras;
– Pequenas vesículas ou nódulos que se rompem na área genital;
– Febre, dor no corpo, gânglios linfáticos aumentados;
– Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável, infecções raras acontecendo;
– Verrugas cor da pele na área genital.

Caso apresente alguns dos sintomas acima, vá ao médico.  Se tiver relações sexuais, sejam elas com alguém fixo ou não, faça exames regularmente, para o seu bem e para o bem dos seus parceiros.

Como mencionado anteriormente, não há qualquer taxa para os atendimentos realizados nas clínicas de STI nos hospitais irlandeses. Além disso, o hospital vai manter sigilo absoluto sobre as suas visitas e não se comunicará com seu médico/parceiro(a), a menos que você solicite que o façam.

E se eu precisar de um oftalmologista na Irlanda?

O E-Dublin já publicou vários artigos sobre como cuidar da saúde na Irlanda. Apostar no seguro governamental ou em um plano de saúde irlandês? Já falamos sobre como funciona para ir a um dentista e sobre ginecologista para a meninas. Mas, e quanto aos olhos? O que fazer se durante o intercâmbio surgir algum contratempo oftalmológico?

As consultas são pagas e o seguro saúde governamental não cobre esse setor.Crédito: Shutterstock

As consultas são pagas e o seguro saúde governamental não cobre esse setor.Crédito: Shutterstock

A primeira notícia é que a maioria dos problemas nessa especialidade pode ser resolvida em consultas rápidas, nas muitas óticas espalhadas pelo país. No entanto, as consultas são pagas e o seguro saúde governamental não cobre esse setor.

Na Irlanda, os atendimentos na área de saúde são diferentes dos realizados no Brasil. Aqui, quase tudo é resolvido  pelo GP (General Practitioner) – o que para nós, brasileiros, seria o clínico geral.

Surgiu uma emergência, onde ir?

Em Dublin, no caso de quem precisa apenas passar por uma consulta oftalmológica de rotina e não tem nenhum problema específico na visão, poderá ir diretamente a uma das inúmeras óticas espalhadas pelas cidades, dentre elas, a Vision Express ou Specsavers. Em média, as consultas custam de 30 a 60 euros. Nos hospitais públicos, mesmo nos casos de emergência, o estudante, assim como qualquer irlandês, paga 100 euros para ser atendido, independente do problema. Pisou no hospital e se registrou, prepare-se para desembolsar esse valor.

No caso de encaminhamento do próprio GP, você estará isento de pagar valores extras com exames.

Problema nos olhos

Se precisar ir no oftalmologista vai ter que custear do próprio bolso as despesas. Crédito: Shutterstock

Se precisar ir no oftalmologista vai ter que custear do próprio bolso as despesas. Crédito: Shutterstock

No final do ano passado, a hoteleira Cintia Salermo, de 29 anos, teve conjuntivite alérgica, uma doença causada pela falta de proteção adequada nos olhos. Na época, era funcionária de um hotel em Dublin, e teve que custear do próprio bolso as despesas com o oftalmologista. Casos como o dela são mais comuns do que se imagina na Irlanda, e visitar um especialista acaba, muitas vezes, se transformando num grande tormento.

Na época que teve a conjuntivite, a Cintia não estava mais no país como estudante, porque tinha adquirido a cidadania europeia. Por isso, não contava com seguro saúde para solicitar nem mesmo uma consulta de emergência. Diante disso, não teve outro caminho a não ser pagar sozinha pela consulta. O valor da primeira foi 50 euros. “Mesmo eu dizendo para a médica que era conjuntivite alérgica, ela teimou que era bacteriana e me deu um remédio”, diz.  Duas semanas depois, teve que retornar e desembolsar mais 35 euros para que a médica confirmasse o que ela já tinha e lhe prescrevesse um novo remédio.

Lentes de contato vs. exames

Além de fazer exames e vender óculos de grau, quem precisar comprar lentes de contato também poderá encontrá-las em qualquer loja da Specsavers e até mesmo online. Lembrando que o exame de vista para óculos ou lentes de contato é obrigatório. O exame de óculos é válido por no máximo 2 anos e o de lentes de contato geralmente para 1 ano.

Na Irlanda, diferentemente do Brasil, há uma legislação onde são necessários dois exames distintos para lentes de contato ou óculos. Isso significa que seu exame de óculos não serve para comprar lentes aqui, e vice versa. Sobre os preços, depende da marca. Uma caixa para o mês pode custar de €10 a €40.

Como comprar remédios na Irlanda?

Os intercambistas que optam pela Irlanda terão que se habituar a diferentes regras na hora de comprar medicamentos. Aqui, os processos são mais rígidos para a comercialização, porém algumas substâncias mais corriqueiras podem ser adquiridas em supermercados, farmácias e redes de lojas.

Xaropes para tosse, antiácidos e remédios para dores musculares estão disponíveis nas prateleiras ao alcance das mãos. Já os mais pesados, como antibióticos, anti-inflamatórios ou medicações que carreguem substâncias mais nocivas, ficam escondidos e são liberados apenas na quantidade estipulada pelo médico na prescrição – nem mais e nem menos.

Preços e possibilidades

Preços de medicamentos na Irlanda. Crédito: Dreamstime

Na rede de supermercados Tesco, bem conhecida na Irlanda, você encontra xarope de tosse por 4 euros nas prateleiras de produtos de higiene. Outra possibilidade para aliviar os sintomas são as pastilhas, similares às do Brasil, que também têm valor semelhante.Estão disponíveis, ainda, algumas marcas de antiácido para quem exagerou nas noites do Temple Bar, entre eles, os tradicionais sais de fruta efervescentes e os à base de hidróxido de alumínio, tanto em pastilha como líquido. Todos são vendidos por cerca de 6 euros.

Os enamorados também não precisam se preocupar com os preservativos, que por aqui podem ser encontrados por cerca de 2 euros, uma caixa com 3 unidades.

Outro produto de fácil acesso são os relaxantes musculares – um produto de extrema necessidade, já que aqui andamos muito à pé ou de bike.

De olho na dieta

Vitaminas e suplementos vendidos nas farmácias irlandesas. © Lukas Gojda | Dreamstime.com

Vitaminas e suplementos vendidos nas farmácias irlandesas. © Lukas Gojda | Dreamstime.com

Os adeptos da malhação, vida saudável e dieta também não devem ficar preocupados. Aqui na Irlanda eles poderão continuar o cronograma de alimentação e suplementação.

A Boots é uma rede de lojas bem famosa e uma perdição para quem está com um dinheirinho sobrando no bolso. Ela vende de tudo, desde perfumes até remédios e suplementos.

Lá, um pote grande de proteína custa 31 euros, além de vários tipos de shakes para substituir refeições (cerca de 21 euros) e uma variedade de comprimidos para consumo diário, que se propõem a complementar todos os nutrientes essenciais para o corpo.

Atendimento médico

O seguro governamental, exigido para entrar no país, serve apenas para casos de emergência e doenças que não sejam pré-existentes. Então, caso o atendimento não seja autorizado, o estudante deve ter em mãos cerca de 50 euros, valor médio de uma consulta, para conseguir uma prescrição médica.

Parte dos intercambistas paga um seguro extra, que oferece mais benefícios e possibilidades de atendimento, o que é um bom investimento. Lembre-se que alguns problemas de saúde podem aparece devido às questões de adaptação, que envolvem a mudança de clima, alimentação e até mesmo rotina.

Como a Irlanda se comporta em relação a portadores do HIV?

Você sabia que atualmente cerca de 80 países negam completamente, restringem ou deportam portadores do HIV? Aplicantes de visto geralmente respondem a perguntas específicas sobre saúde em formulários de assuntos gerais, porém, alguns países, além do formulário, submetem viajantes a exames de sangue, no intuito de identificar doenças. Caso o resultado do teste seja positivo, ou o viajante esteja portando frascos de anti-retrovirais, muito provavelmente isso lhe causará a recusa da entrada ao país e deportação.

Na imagem abaixo, podemos ver as diferentes restrições para a entrada de soropositivos em alguns países, sendo elas:

mapa

De verde, estão os 130 países livres de restrição, como Brasil, Canadá, Reino Unido e Irlanda;
De amarelo, 46 países que impõe algum tipo de restrição, como Austrália ou Paraguai
De laranja, países que deportam quando descobrem estrangeiros portadores do HIV;
De laranja escuro, países que pedem exames de sangue;
De vermelho, países que negam visto, como Egito, Iraque e Singapura.

Mas discriminação não é crime?

Sim, claro que é, porém quando o assunto tange as barreiras imigratórias, cada país tem autoridade e regulamenta como quiser quem entra e sai do seu território. Felizmente, os portadores do HIV venceram uma importante etapa contra o preconceito, quando Estados Unidos, China e Ucrânia retiraram as restrições existentes, facilitando ainda mais o procedimento do visto.

E a Irlanda, como procede?

A Irlanda, assim como o Brasil, não nega nem restringe a entrada de soropositivos em seu território. Caso você seja contaminado em terras irlandesas ou já seja portador do vírus, saiba que aqui, sendo irlandês ou não, e independentemente de onde você tenha sido infectado, o tratamento é gratuito.

Exames

O exame de DSTs pode ser realizado no St. James Hospital. Crédito: Shutterstock

Existem alguns lugares em que o teste pode ser feito gratuitamente em Dublin. O exame de DSTs pode ser realizado no St. James Hospital. Para consultar horários para agendamento de consultas em diferentes especialidades, basta acessar o site do Hospital. Os exames demoram cerca de 15 dias para ficarem prontos. Já na categoria de exames pagos, as clínicas para mulheres, como a Well Woman Centre e Marie Stopes (que realizam exames para homens, também) fazem testes instantâneos para HIV e custam 50 euros.

Tratamento

O tratamento do HIV é feito em diversas etapas. Nas “HIV Clinics” o paciente receberá apoio psicológico, nutricional, acompanhamento com médicos e enfermeiras especializadas e, se precisar, de apoio espiritual – muitas delas contam com padres.

Além de todo o acompanhamento, o tratamento feito pela rede pública irlandesa é gratuito, desde as consultas, passando pela medicação e até mesmo hospitalizações. Já pelo plano de saúde (Aviva, VHI, etc), as consultas e hospitalizações (necessárias) são pagas, enquanto a medicação continua sendo gratuita.

Leis

 Caso sofra algum tipo de preconceito, denúncia em qualquer posto de atendimento da Guarda.Crédito: Shutterstock

Caso sofra algum tipo de preconceito, denúncia em qualquer posto de atendimento da Guarda.Crédito: Shutterstock

Outro ponto importante é que casos de discriminação e repúdio a soropositivos são punidos com o rigor da lei, assim como qualquer outro tipo de discriminação ligado à raça, religião, gênero ou orientação sexual. Soropositivos que sejam discriminados no ambiente de trabalho, acadêmico ou em seu círculo social, podem fazer a denúncia em qualquer posto de atendimento da Guarda.

Aqui na Irlanda, também não existe nenhuma lei que obrigue o portador do HIV a revelar seu estado de saúde no trabalho, para familiares, amigos, barbeiros, tatuadores e mesmo o atual parceiro. Contudo, a cartilha de aconselhamento a soropositivos recomenda que neste último caso, o parceiro saiba de sua condição de saúde, alertando sobre inúmeros casos de ações judiciais ligadas à contaminações acidentais, que resultaram em indenizações exorbitantes e penas a serem cumpridas na cadeia.

Para saber quais clínicas atendem soropositivos e obter mais informações à respeito de diversos outros assuntos relacionados à doença, basta acessar a cartilha que o governo irlandês fez para guiar os portadores nesse momento tão delicado.

Problemas na tireoide? Saiba como se cuidar na Irlanda

Nós já falamos sobre como é a vida dos portadores de HIV na Irlanda, como se dá o controle da diabetes e hoje vamos dar alguns toques para aqueles que têm problemas na tireoide e precisarão de acompanhamento durante o intercâmbio.

Antes de mais nada, vamos a uma informação importante: o sistema de saúde irlandês não é um dos mais eficientes do mundo e, além de ser caro, não dá acesso gratuito para irlandeses e muito menos para não europeus.

Infelizmente, na condição de estudantes (Stamp 2) não possuímos acesso a muitos serviços públicos. Então, ou paga-se por tudo ou pede-se socorro ao seguro saúde exigido e adquirido no processo de aquisição do curso/visto. A exigência de um seguro saúde/viagens e afins não é por acaso.

Uma vez dito isso, vamos à parte prática.

O acompanhamento para quem tem problemas na tireoide e imprescindível. Crédito: Shutterstock

Para quem tem problemas vinculados ao tireoidismo, faz-se necessário um acompanhamento do “sobe e desce” dos hormônios T3 e T4. Para isso, basta solicitar exames de sangue, levá-los ao médico e, se necessário, adotar o uso de medicamento para equilibrar a função da tireoide. Esse acompanhamento é imprescindível e não pode ser interrompido.

Como fazer e quanto custa?

Isso vai depender muito da região em que você mora. Vou dar o meu exemplo:

A cada seis meses preciso fazer o exame de sangue e o faço na cidade de Ennis, no condado de Clare. Quando morei em Limerick, não era muito diferente.

Na Irlanda, existe um controle muito rigoroso do sistema de saúde e não se consegue comprar medicamento sem a prescrição médica, então, toda vez que você precisar do medicamento para a tireoide, terá que ir a um GP (clínico geral) e solicitar a receita médica.

Quanto custa?

Consulta médica: aproximadamente 50 euros

Exames T3 e T4: 30 euros

Prescrição médica para seis meses: 50 euros

Portanto, tenha em mente que a cada seis meses, ou de acordo com o controle que você fazia no Brasil, terá que desembolsar essa quantia. Há alguns médicos que não cobram pela receita, mas outros sim.

Sobre a Tireoide

A tireoide é uma glândula endócrina importantíssima para o funcionamento harmônico do organismo. Os hormônios liberados por ela, T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), estimulam o metabolismo, isto é, o conjunto de reações necessárias para assegurar todos os processos bioquímicos do organismo.

Os principais distúrbios da tireoide são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção excessiva de hormônios); doenças que ocorrem com maior incidência nas mulheres do que nos homens.

Quando há disfunção das funções da tireoide, o tratamento e controle são imprescindíveis e não devem, de forma alguma, ser descontinuados. Então,  se você sofre desse mal, agora sabe como continuar o tratamento aqui na Irlanda.

Trazer medicamentos do Brasil

Se você já utiliza algum medicamento para a tireoide no Brasil, minha sugestão é trazer a quantidade necessária para os primeiros oito meses do intercâmbio. Sai muito mais barato comprar o medicamento no Brasil do que na Irlanda, já que aqui você terá que pagar, além do medicamento, a consulta e, na maioria das vezes, pela receita médica.

Abaixo, alguns grupos de apoio na Irlanda.

My Thyroid Ireland
Thyroid Support Ireland

Saiba como se proteger da gripe H1N1 na Irlanda

A gripe Influenza A (H1N1) já fez ao menos seis mortos na Irlanda neste inverno. A doença, segundo o HPSC (Health Protection Surveillance Centre) – Centro de Vigilância de Proteção à Saúde da Irlanda -, já tem 282 casos confirmados na estação, sendo 151 só na primeira semana de 2019. Pessoas com mais de 65 anos são mais propensas a contrair a doença e estão no grupo de risco de morte. Segundo o Centro, a vacina ainda é a melhor forma de proteger contra a gripe.

Onde se vacinar?

Foto: Pxhere

Temporada de vacinas contra a Influenza acontece de Setembro a Março. Foto: PxhereA temporada de vacinação contra a Influenza acontece entre setembro e março. Ou seja, ainda há tempo de se prevenir. Os General Practitioners (GPs), ou clínicos gerais da Irlanda, oferecem a vacina contra a Influenza A (H1N1) gratuitamente para pessoas que fazem parte do grupos de risco:

1. ter 65 anos de idade e mais
2. ter alguma doença crônica
3. trabalhar na área de saúde
4. ser cuidador
5. viver em uma casa de repouso
6. ter contato regular com porcos ou aves
7. pessoas cujo sistema imunológico está comprometido devido a doença ou tratamento
8. pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40
9. pessoas com hemoglobinopatia
10. pessoas com síndrome de Down
11. mulheres grávidas (podem ser dadas em qualquer fase da gravidez)

Há ainda vacinas disponíveis para comprar em farmácias. Na Boots, uma das maiores redes de farmácia da Irlanda, por exemplo, existe um programa de vacinação Winter Flu Vaccination. Há ainda outras farmácias que disponibilizam a vacina como a Irish Pharmacy e Hickeys’s Pharmacy. O custo é de 20 euros.

Segundo a Irish Pharmacy Union, associação de farmácias da Irlanda, entre 2016 e 2017, foram cerca de 80 mil pessoas vacinadas contra a Influenza na Irlanda. É possível ainda consultar o seu seguro saúde para saber se há outras maneiras de se vacinar a partir do seu plano.

É preciso se vacinar todos os anos?

Foto: Pxhere

Recomendação é que a vacina seja aplicada todos os anos para combater o vírus da gripe. Foto: Pxhere

O vírus da gripe é mutável. Por isso, a indicação é que se vacine todos os anos para a proteção durante o inverno. Após a vacinação, é preciso esperar de 10 a 21 dias para estar realmente protegido contra a gripe.

Testes sanguíneos, como aqueles que detectam HIV ou hepatite C, por exemplo, não devem ser feitos durante duas semanas após a vacinação. Existe risco de falsos resultados por conta do efeito da vacina.

A recomendação é ficar na farmácia por 15 minutos após a vacinação, caso tenha efeitos colaterais imediatos como anafilaxia, que ocorre em raros casos. Eles têm procedimentos para lidar com isso.

Vale lembrar que uma boa alimentação e até mesmo vitaminas podem ajudar a prevenir-se contra a gripe.

Quais são os efeitos colaterais da vacina?

Foto: Pxhere

São raros e poucos os efeitos colaterais da vacina, mas eles podem surgir como alergias e dores. Foto: Pxhere

Ocasionalmente, as pessoas desenvolvem efeitos colaterais após uma vacinação contra a gripe. A maioria dos possíveis efeitos colaterais não é grave e desaparecerá por conta própria em um dia ou dois.

Os efeitos secundários mais comuns podem incluir febre, mal-estar, tremores, fadiga, dores de cabeça, sudação, dores musculares e nas articulações e reações cutâneas, tais como vermelhidão, inchaço, dor, nódoas negras e endurecimento da pele no local da injeção.

Reações raras incluem reações alérgicas graves, dor e inflamação do nervo, dormência, formigamento, convulsões, trombocitopenia (uma doença do sangue), vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos) e distúrbios nervosos raros. Procure ajuda médica se tiver sintomas de algumas destas doenças.

Quais os sintomas da Influenza A (H1N1)?

Foto: Pxhere

Sintomas da Influenza A é igual aos da gripe, mas não desaparecem e podem se intensificar após dez dias de contágio. Foto: Pxhere

A gripe H1N1 é muito parecida com uma gripe comum em seu primeiro momento. O site Under The Weather apresenta diversas dicas para saber quais os sintomas. Segundo o site, em até oito dias uma gripe comum desaparece.

• 1-2 dias: sintomas como dor de garganta, febre e dor muscular se desenvolvem rapidamente e você se sentirá muito mal. Normalmente, você não precisa ver o médico, pois a maioria da gripe pode ser tratada em casa. Beba muitos líquidos para substituir os que foram perdidos pela transpiração. Descanse bastante e coma de forma saudável. Se você está em risco de complicações da gripe, você deve consultar um médico, pois pode precisar de medicamentos especiais antivirais. Estes funcionam melhor se iniciados dentro de 48 horas após os sintomas da gripe.

• 3 a 5 dias: Seus sintomas estão agora no auge e você se sentirá em seu pior momento. Continue a beber muitos líquidos para repor os que foram perdidos pela transpiração e pelo nariz escorrendo. Certifique-se de que ainda está descansando e comendo de forma saudável.

• 5-8 dias: Nesse estágio, você deve começar a se sentir muito melhor, embora a tosse e o cansaço geral durem de duas a três semanas. Mais uma vez, continue a beber muitos líquidos e coma de forma saudável. Você pode retornar às atividades normais quando se sentir melhor.

Se os sintomas não desaparecerem entre uma semana e dez dias é porque a gripe pode ser mais forte. O médico deve ser procurado se houver ainda muita dificuldade para respirar, dores no peito, catarro espesso e amarelado ou esverdeado, catarro com sangue, dor de ouvido, estar muito sonolento, etc.

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Rael Pimenta, Mineira, casada, mãe de dois meninos, jornalista por formação, empreendedora, amante de viagens e causos da vida real. Apaixonada pela Irlanda desde 2011, ano em que desembarcou na Ilha para seu intercâmbio.

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