Morar longe do centro de Dublin? E por que não?
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Olá pessoal! Viemos aqui hoje para compartilhar as nossa experiência pessoal de como é morar afastado do centro de Dublin.
Chegamos em Dublin no mês de janeiro para o nosso intercâmbio de um ano. Sempre fomos muito regrados no quesito financeiro e conseguimos juntar nosso dinheiro no Brasil de forma que pudéssemos ficar na Irlanda até terminar o nosso curso de seis meses. A partir daí, permaneceríamos no país por mais seis meses somente no caso de algum emprego aparecer.
Após dois meses morando no centro de Dublin e sem ter aparecido nenhuma oportunidade de emprego, percebemos que o nosso dinheiro não duraria até o término de nossos cursos. Foi aí que decidimos procurar um lugar mais barato para morar.
Procuramos bastante e encontramos um quarto gigante em Portmarnock, uma cidade costeira que fica basicamente entre Howth e Malahide. A casa possuía quatro quartos sendo que um deles era do irlandês, dono da casa. Os demais quartos estavam disponíveis. Ficamos com o quarto maior por € 400/mês com todas as contas inclusas. Foi uma bela economia, considerando que pagávamos € 600/mês por um quarto de casal muito pequeno em Smithfield, Dublin 7 e mais contas que davam em torno de € 80/mês, para nós dois.
Como eu (Carolina) já tinha que pegar ônibus para ir à escola, o fato de sair do centro não fez diferença em termos de gastos com transporte. A diferença foi só pro Victor que passou a pegar ônibus quatro dias na semana.
Prós em morar mais afastado do centro da cidade
Assim que nos mudamos, percebemos que éramos atrações no local rs. As pessoas nos viam e, percebendo que não éramos irlandeses, nos cumprimentavam todos felizes e na maioria das vezes perguntavam de onde viemos. Chegava até a ser engraçado! Acabou sendo um fato positivo, pois com isso, falávamos bem menos português morando lá, bem diferente do nosso dia-a-dia no centro onde até no mercado a gente não precisava se esforçar muito no inglês.
Sem contar que a experiência de morar na praia em meio aos irlandeses de classe média-alta foi bem interessante. As casas da região são lindas e enormes. Bem diferente do centro de Dublin, mais popular e comum aos imigrantes. E o mais legal de morar por lá era quando fazia um solzinho e a gente já descia pra praia, que ficava a duas quadras de casa. Uma maravilha!
Valeu a pena deixar a comodidade do centro, devido à proximidade da escola, para ter uma qualidade de vida melhor. Mais espaço, mais contato com a cultura irlandesa e tudo mais.
Contras
A região conta com apenas um mercado, o Dunnes, que por sorte, tem os preços muito próximos dos mercados do centro. Porém, alguns produtos nós só consumimos da marca Tesco, então tínhamos que ir no mercado do centro e encher a mochila em dias de aula pra voltar pra casa.
Para se divertir, só existe um pub e uma balada com preços coerentes às baladas e pubs tipicamente frequentados por irlandeses (nada se compara à Diceys, claro! rs). Quando a gente queria uma opção diferente de entretenimento, tínhamos que ir pra Malahide ou pra Howth, já que não dava para curtir uma balada ou um pub à noite no centro de Dublin e depois voltar para a casa, devido aos horários dos ônibus da região. A única saída era contar com o sofá do amigo da escola.
Eu estudava apenas três dias na semana e o Victor quatro. Nos dias de aula, tínhamos que enfrentar 40min de ônibus até o centro e na volta para a casa, a mesma coisa. Foi tranquilo, pois já estávamos acostumados com isso, uma vez que em São Paulo, onde morávamos, ficar 40 minutos no transporte público era a nossa rotina. E o wi-fi do ônibus daqui salva, né? Com relação ao custo, sempre utilizamos o Leap Card de 30 dias (€ 100.00)
A distância dos amigos foi um fator complicado, mas como o foco era ter dinheiro para concluirmos os nossos cursos, tivemos que superar.
Recomendações
Não recomendaríamos para uma pessoa sozinha e que não tem facilidade de fazer novas amizades, pois lá ela se sentiria muito sozinha. A não ser que por um período curto, para economizar uma grana, como fizemos. Por outro lado, pessoas que querem vivenciar a cultura irlandesa no dia-a-dia devem sim evitar as regiões centrais da cidade, onde se concentram muitos imigrantes.
Não optamos por morar longe para esse fim, mas acabamos descobrindo uma forma de evitar os brasileiros e praticar mais o inglês, já que por lá, por ser uma região mais privilegiada e distante, a maioria dos moradores são irlandeses. Para quem vive no centro acaba-se convivendo com uma rotina muito mista, mais próxima da dos estrangeiros e turistas e não exatamente dos irlandeses.
Conclusões
A mudança fez bastante diferença no nosso orçamento então podemos dizer que realmente valeu a pena! Ainda mais que depois o Victor arrumou um emprego em Malahide (5 min de ônibus de casa). Além nisso, o nosso inglês deu uma boa melhorada, uma vez que o contato com os nativos era muito mais constante.
No entanto, vale citar também, que até encontrarmos a casa em Portmarnock procuramos bastante nos sites imobiliários e muitos dos valores, mesmo longe do centro eram bem semelhantes, então vale também persistência ao procurar por acomodação, por que nem sempre o fato da casa ser mais afastada, significará economia no aluguel.
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