A volta para a casa que já não é mais sua

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Colaborador E-Dublin

7 anos atrás

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O retorno para casa pode ser algo maravilhoso, mas jamais será a mesma coisa – ainda mais quando você não deseja voltar, mas precisa. E lá se vão 2 meses desde que eu e meu marido voltamos para o Brasil. Que delícia é rever a família, os amigos queridos… mas para quem (como eu) gostaria muito de continuar na Europa, poucos dias matando a saudade no Brasil seriam suficientes.

Eu e meu marido fizemos intercambio em Cork-IE e passamos por mais 10 países da Europa. Foto: Arquivo Pessoal

Eu e meu marido fizemos intercambio em Cork e passamos por mais 10 países da Europa. Foto: Arquivo Pessoal

Ao voltar, você notará os lugares, as pessoas… mas tudo, tudo mesmo, será muito diferente. Até agora, estou com a sensação de ser um ”peixe fora d’água”. É bem estranho. Em poucos meses de intercâmbio, você abre a mente, aceita coisas que não aceitava, passa a gostar de coisas que não gostava e não se importa mais com coisas que aqui no Brasil as pessoas se importam muito. Porém, você volta e precisa administrar sua frustração, afinal, aqui é onde você vai continuar a viver.

Não é fácil. É quase impossível não pensar um dia sequer na vida que viveu fora: na liberdade que você tinha pra ser você mesmo sem que te olhem estranho, na tranquilidade de andar pelas ruas, ver pessoas tocando e cantando para conseguir algumas moedas, na alegria de ir ao mercado com essas poucas moedas e voltar trazendo nas mãos diversos itens, nas festas, nos amigos de todo canto do mundo que te compreendem como ninguém. No intercâmbio, você aprende a admirar as diferenças!

Desde que voltamos, vejo as fotos das viagens todos os dias, falo com amigos pelo WhatsApp que ainda estão na Irlanda. E posso dizer que é ”terrível” a forma como você se prende a um país que te acolheu por alguns meses, mas você sente que ele é o seu. (E o que era seu, já não é mais!)

Eu amo o Brasil, sim, mas depois de tudo que vivi e aprendi nesses 6 meses de Irlanda e 1 mês viajando por outros lugares, se torna muito difícil aceitar ficar somente aqui.

Não conseguimos todos os nossos objetivos na Irlanda, mas valeu muito a pena ter realizado o intercâmbio. Foto: Arquivo Pessoal

Não conseguimos todos os nossos objetivos na Irlanda, mas valeu muito a pena ter realizado o intercâmbio. Foto: Arquivo Pessoal

É uma vontade de sair novamente com aquela mala pequena, passar por diversos hostéis, vivenciar coisas que você nunca imaginou antes na sua ”zona de conforto”, ver lugares e pessoas diferentes que você nem sonhava um dia ter a oportunidade de ver. Parece que sem isso, a vida agora fica tão monótona… Você se surpreende, descobre que é um aventureiro, que consegue driblar diversos problemas e sobrevive com alguns trocados no bolso – e se precisar, encara os mais duros trabalhos para conseguir um pouquinho mais.

Nós saímos do Brasil imaginando que conseguiríamos um visto de trabalho. Não conseguimos. Mas voltamos frustrados? Nem um pouco! Pra falar a verdade, foi maravilhoso viver esse tempo explorando cada canto da Europa sem se preocupar com o relógio. Se valeu a pena gastar uma quantia ”considerável” em um curso de inglês fora? Sim, mas não só pelo curso em si. O que mais valeu a pena, foi o aprendizado de vida, algo que ninguém além de você e das outras pessoas que viveram essa mesma experiência adquiriram.

Você volta querendo contar sobre tudo, mas quem não foi não vai te entender de verdade. É difícil isso. Você quer levar os outros para dentro daquele ”sonho” que você viveu, mostrando fotos e relembrando todos os dias.

Deve ser até um pouco cansativo para os que estão te ouvindo, mas é algo inexplicável que com certeza eu faria de novo – e certamente seria um momento incrível com mais histórias ainda para contar.

Foram momentos que valeram uma vida toda! Se pensa nisso, arrisque também. Mas lembre-se, depois você irá viver todos os dias seguintes pensando no quanto foi boa aquela aventura e, assim como nós, planejando quando será a próxima viagem!

Sobre a autora:
Natália CalistoNatália Amelia dos Santos Calisto tem 26 anos e é de Taubaté. Professora, sonha em também ser jornalista um dia. Sonha em morar fora novamente e conhecer cada canto do mundo.

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