É possível fazer intercâmbio com criança na Irlanda?
5 anos atrás
Seguro Viagem
Sabia que é obrigatório ter um seguro viagem para ir pra Europa?
Viajar para um país desconhecido é sempre um desafio. Porém, quando a viagem é realizada com intenções de uma estadia a longo prazo, exige-se muito mais cuidado na preparação, assim como mais zelo para perceber se o país escolhido oferece as condições necessárias às suas necessidades.
Essa é a dúvida que muita gente com filho tem. A Resposta é sim, não e talvez.
Se você tem planos de fazer seu intercâmbio como estudante, infelizmente não há a possibilidade de trazer seu filho(a) porque, legalmente, estudante não pode ter dependentes, a não ser que ele(a) seja maior de 16 anos, dessa maneira exigências normais de um visto de estudante serão aplicadas.
Se você tem passaporte Europeu, você tem essa opção, embora algumas informações precisem ser avaliadas antes de submeter as crianças a essa “aventura”.
Outra maneira de se trazer crianças legalmente, é conseguir primeiro o Work Permit. Nesse caso, os direitos passam a ser quase que os de um cidadão Europeu (porém, com data de validade). Também existem casos em que estudantes de Doutorado/Mestrado têm o visto estendido aos familiares diretos (marido/esposa/filhos).
Ou seja, com exceção da cidadania Europeia, Work Permit e Doutorado/Mestrado, a imigração da Irlanda não concede visto de residência para menores de idade.
Mas, Ká, eu conheço fulano que foi estudar na Irlanda levando a família.
Eu também conheço, mas não aconselho.
Embora reconheça que é infinitamente mais fácil criar crianças na Irlanda do que no Brasil, essa afirmação só é verídica se houver estrutura.
Estudante só pode trabalhar legalmente 20 horas semanais. Com 20 horas semanais não se sustenta uma família.
Não existe creche pública, as escolas funcionam no período da manhã – provavelmente no mesmo horário da escola de inglês que você tem que frequentar. Suponhamos que você precise trabalhar no período da tarde/noite, como você fará com uma criança?
Aluguel de casa/vaga é o problema mais comum nos dias de hoje enfrentado pelos imigrantes. A procura está maior do que a oferta, fazendo com que os preços inflem, ou seja, muito provavelmente, como estudante, você não teria outra opção a não ser dividir apartamento e a realidade é que nem sempre damos sorte com nossos flatmates, sem contar o fato de que a maioria não gostaria de dividir casa com uma criança.
As crianças que são legalizadas (que tiram o PPS), recebem uma ajuda do governo no valor de €150 mensais e crianças até os 6 anos de idade tem cartão para atendimento gratuito no GP (clínico geral). O ensino público é de qualidade.
Por isso, meu conselho é: mesmo no caso de dupla cidadania, eu viria primeiro e aí, depois de conseguir uma casa (em uma área Child friendly), e estar com escola e emprego encaminhados, eu buscaria o filho(a).
Afinal, nenhuma criança precisa ser submetida a essa dose extra de estresse.
Construir uma vida nova é maravilhoso, mas manter os pés no chão é necessário!
Como funciona a educação infantil na Irlanda?
Na Ilha Esmeralda, a educação é obrigatória dos seis aos dezesseis anos de idade. A primeira boa notícia é que, além de obrigatória, ela é gratuita para todos, sendo você irlandês ou imigrante. A segunda boa notícia é que o país também tem sido reconhecido mundialmente por sua qualidade na educação. Segundo o The Social Progress Imperative 2015/2016, por exemplo, a Irlanda se destaca na 11º posição, entre os 20 países tops em educação.
Em 2015, os irlandeses também apareceram no ranking global na categoria Matemática e Ciências, promovido pela OECD Programme for International Student Assessment (Pisa), alcançando a 15º posição entre os 79 países avaliados.
No entanto, apesar desses dados promissores, trazer os filhos para serem educados na Irlanda pode ser mais complicado do que se imagina. Embora a educação seja obrigatória a partir dos seis anos, as crianças podem ser matriculadas em instituições públicas com três anos.
Se a sua criança ainda não alcançou essa idade, você deve levar em consideração custo extra com creche, babá ou, mesmo, a contratação de uma aupair, o que não custa menos de 400 euros por mês.
Além do mais, mesmo sendo possível adiantar a ida dos pequenos à escola, a fila de espera costuma ser uma realidade, e a prioridade, claro, será para os irlandeses.
Tudo depende do seu visto
O segundo ponto negativo — e talvez o mais importante — é considerar que, no caso daqueles que chegam ao país com visto de estudante (Stamp 2), trazer dependentes não entra no pacote, já que o visto de estudante é apenas uma permissão de residência, o que isenta o governo de qualquer obrigação com você e, muito menos, com seus agregados. Isso significa dizer que serviços básicos como saúde e amparos sociais não são oferecidos.
Segundo o INIS (Irish Naturalisation and Immigration Service), só poderão levar seus filhos para morar na Irlanda aqueles que tiverem os tipos de visto Stamp 3, dependente ou cônjuge de cidadão europeu ou de alguém que apresente o visto permanente, Stamp 4 (Visto de Permanência), ou aqueles que tenham cidadania europeia.
Considerando que a maioria dos brasileiros e não-europeus que hoje moram na Irlanda chegam com o Stamp 2, recomeçar a vida por aqui com filhos deve ser uma situação analisada até as últimas consequências, já que, apesar de garantir a qualidade do ensino, sem o visto correto, a entrada desses menores já estaria associada a uma situação de irregularidade e sem o amparo de serviços públicos.
Por isso, se estiver nos seus planos estabelecer-se no país com a família, vale reavaliar em que condições isso pode ser feito e quais os caminhos legais para a sua estadia e a da sua família acontecer com tranquilidade.
Qualidade de vida sim, mas…
Outro fator importante quando a intenção é mudar de país com a família, é descobrir quais países estão em busca de imigrantes com esse perfil. É sabido, por exemplo, que alguns países desenvolvidos no mundo sofrem com defasagem demográfica e estimulam a entrada de imigrantes dispostos não apenas a se estabelecer no país, como também a aumentar a prole.
O Canadá é um exemplo deles. Uma vez dito isso, a sua busca pelo destino de intercâmbio deve partir desse princípio: adequar a sua necessidade à do país de destino.
Relembrando: não esqueça de verificar as condições e requisitos para visto no destino que você escolher!
É bem verdade que a Irlanda, apesar de pequena, aparece nos principais rankings de qualidade de vida. A Unicef, por exemplo, também destacou a ilha como um dos principais países europeus para se estabelecer com família.
No entanto, é necessário levar em consideração outros tantos fatores, como tipo de visto, a condição de imigrante e diferenças culturais que podem se tornar salientes.
Vale ressaltar, ainda, que, dadas as diferenças no sistema educacional, o acesso a níveis secundários e, até mesmo, ao ensino superior pode exigir esforço extra do estudante, já que será necessário avaliar a equivalência curricular, o que pode tanto adiantar como retardar anos de estudo.
E, antes que a gente se esqueça, a educação de nível superior na Irlanda, como na maioria dos países europeus, apesar de pública, é paga. Mas isso é história para outro post.
Apoio para os pais
O sistema educacional na Irlanda é bem diferente do Brasil. Para os pais, durante todo o ano acontecem programas educacionais para que eles possam acompanhar as necessidades de seus filhos. Os programas são gratuitos e alguns deles ainda dão um valor simbólico para incentivar a presença dos pais.
Para estrangeiros, boa parte das escolas oferecem aulas de inglês para os estudantes e também para os pais, além de cursos esporádicos para garantir que exista inclusão entre os imigrantes e a comunidade local.
Festivais de livros, festas, programas educacionais… tudo coisa da direção da escola, certo? Errado. Os pais são convidados a participar de todo o processo.
A própria escola também organiza exames de rotinas para os pupilos, campanhas de vacinação e outras de prevenção.
Problemas para arcar com o uniforme escolar? O governo fornece todos os anos um suporte em dinheiro para ajudar na compra do uniforme e material escolar.
Os professores regularmente participam de cursos de reciclagem. Esportes e artes também fazem parte do currículo desde os primeiros anos da educação Irish.
Aí a gente pensa, se metade dessas iniciativas fossem aplicadas no Brasil, será que não teríamos uma base escolar bem melhor?
Se você tem uma criança na fase escolar vivendo em solo verde, vale uma visita ao site Primary Education.
Existe um visto para estudar e morar com filhos na Irlanda?
Dá pra ficar na Irlanda sem visto? Como entrar em uma faculdade na Irlanda? Tem melhor época pra comprar Euros? Falamos sobre essas e mais algumas dúvidas que vocês enviaram! E ainda tem as imagens do nosso passeio liiiiindo em Dalkey! :)
Tenho filho brasileiro menor de idade: Ele poderá viver na Irlanda comigo?
Ter um filho menor de idade no Brasil e morar com ele no continente europeu pode ser, à primeira vista, algo difícil de imaginar. Isso porque o sonho vem seguido de incontáveis burocracias exigidas e muitos não sabem quais são os seus direitos e deveres aqui na Irlanda.
Embora o direito de residência seja estendido a qualquer estrangeiro casado com um cidadão europeu, a questão dos filhos de um relacionamento anterior sempre vem à tona como algo a ser muito bem analisado.
A boa notícia é que, segundo o Inis Naturalisation and Immigration Service -INIS, cidadãos da União Europeia têm livre acesso à moradia na Irlanda, o que se estende a seus dependentes.
Cidadãos de países como Islândia, Noruega, Liechtenstein e Suíça também têm livre acesso a viver na Irlanda.
Requisitos básicos do cidadão europeu
No caso de um cidadão europeu que opta por residir na Irlanda, de acordo com o INIS, é necessário preencher alguns requisitos básicos como ter um emprego fixo ou mesmo ser autônomo, ter seguro de saúde e comprovar possuir recursos suficientes para se manter juntamente com seus dependentes.
Membros da família do europeu terão direito ao Stamp 4 (o mesmo concedido à mãe ou ao pai), lembrando que a aplicação para esse visto deve necessariamente ser feita até três meses após a chegada do menor de idade no país.
A família deve ficar atenta e seguir todos os passos corretamente. O primeiro deles é preencher o formulário de aplicação e enviá-lo pelo correio na forma de carta registrada para a imigração, bem como todos os documentos que forem requisitados.
O processo nem sempre é simples, e cada caso é tratado individualmente, o que pode variar de pessoa para pessoa, assim como o tempo para que tudo se acerte. Quem pode contar isso melhor, é a nossa personagem Alice, que prefere reservar sua real identidade.
Na Irlanda com meu filho menor de idade
Casada com um polonês e mãe de um jovem de 16 anos, fruto do primeiro casamento com um brasileiro, Alice já com o visto de residência na Irlanda, Stamp 4, decidiu trazer seu filho brasileiro para juntar-se a ela.
Todo o processo para que o adolescente pudesse se legalizar na Irlanda durou três meses. Alice nos contou que a Imigração deu um prazo de seis meses para que todas os fases do processo fossem concluídas, mas que tudo foi resolvido na metade do tempo previsto. A maior dificuldade encontrada por eles foi mesmo a questão da autorização paterna no Brasil, pela necessidade de uma tradução juramentada apenas, pois a mudança do adolescente aconteceu com o consentimento do pai, sem brigas, tudo em um acordo que foi benéfico para todos os envolvidos.
Como vive o meu filho na Irlanda?
Após toda a burocracia, hoje o filho da Alice vive como qualquer outro cidadão europeu na Irlanda, tem acesso à educação gratuita, e recebe o “Child Benefit”, benefício que toda criança e adolescente tem direito na Irlanda até os 16 anos (entre 16 e 18 anos, somente nos casos de estudo em tempo integral ou algum tipo de deficiência). Para se ter direito ao benefício, contudo, é preciso que a criança ou o adolescente esteja frequentando a escola regularmente.
Após cinco anos com o Stamp 4 EUfam (European Family), ele poderá se naturalizar irlandês, caso esse seja o seu desejo.
Já no caso de filhos maiores de idade, a situação é diferente. A Imigração considera os filhos de até 21 anos de idade e filhos dependentes do cidadão europeu ou de seu cônjuge, caso eles sejam seus dependentes.
Quando os familiares não são membros da União Europeia, como é o caso dos filhos de brasileiros em questão, esses devem aplicar para receber o cartão de residência, para o qual não é necessário pagar taxa.
Também precisamos lembrar que intercambistas na Irlanda com visto de estudante (Stamp 2) não podem trazer filhos ou dependentes, já que o visto é valido somente para a própria pessoa.
Como viajar com menores de idade para o exterior?
Todo cuidado e atenção são poucos para viajar com filhos menores de idade para o exterior. Mesmo que você e seu filho tenham dupla cidadania – brasileira e europeia – é preciso ficar atento à documentação necessária.
No caso de menores que só possuem a cidadania brasileira, é preciso estar acompanhado dos dois responsáveis ou possuir uma autorização de viagem para sair do Brasil para não ter nenhum problema.
Hoje, com o novo modelo de passaporte brasileiro, essa autorização para viagens desacompanhadas pode ser inserida no próprio passaporte e dispensa a autorização antiga, necessária para cada viagem ao exterior. Porém, caso o menor ainda tenha um passaporte no modelo antigo, vai precisar de autorização com firma reconhecida pelos responsáveis. Sem isso, ele será barrado já no guichê da companhia aérea. Uma cópia da autorização ficará retida na Policia Federal no momento do controle dos passaportes.
1 – Viajando com apenas um dos pais
Nesse caso, será necessário que o pai ou a mãe – aquele que não está indo junto na viagem – faça uma autorização para o menor a viajar com o outro. A assinatura deve ser autenticada por um cartório.O modelo dessa declaração pode ser encontrado no site do Conselho Nacional de Justiça – CNJ
2 – Viajando com outros adultos (que não sejam os pais)
Como nenhum dos pais esteja viajando com o menor, ambos devem assinar uma autorização, que deve conter os dados do adulto responsável, nome e número de passaporte.
O modelo também está no site do CNJ e a firma dos dois responsáveis deve ser reconhecida.
3 – Viajando totalmente desacompanhado
Nesse caso, não haverá necessidade de inserir informações sobre um acompanhante adulto, mas os pais devem dizer na autorização que estão cientes de que o filho viajará completamente desacompanhado.
Importante
Caso o menor more no exterior e esteja viajando com apenas um dos pais, basta um Atestado de Residência emitido a menos de 2 anos pela Embaixada ou Consulado Brasileiro no exterior.
No site do Portal Consular, existe um guia detalhado sobre as autorizações de viagem para menores.
Autorização de viagem para menores com dupla cidadania
Se seus filhos também possuem uma segunda cidadania, as regras mudam um pouquinho. É preciso ficar atento às exigências de viagem do país da segunda cidadania. Na Itália, por exemplo, a lei permite que os menores acima de 14 anos viajem sozinhos – basta constar no passaporte essa autorização.
Fique atento a cada país que for visitar, pois as leis mudam em diferentes lugares. Na Irlanda, a lei diz que se você viaja com crianças que não são suas ou que têm um sobrenome diferente do seu, vai precisar provar o tipo de parentesco e o motivo da viagem. Se um dos pais for viajar para fora do país com o filho, também vai precisar provar que o outro genitor está ciente e de acordo com a viagem.
O site do governo traz informações sobre os tipos de documentos aceitos pela imigração.
Entrada e saída dos menores no Brasil
A hora de levar as crianças para conhecer nossa terra natal é de alegria, mas não se esqueça dos documentos. Esse é um assunto que sempre gera dúvidas. A criança precisa de um passaporte válido e de autorização, caso esteja desacompanhada. Se ela possuir duas ou mais cidadanias, pode apresentar qualquer um dos passaporte válidos e um documento brasileiro, também válido.
Segundo a Polícia Federal, o conselho é ter sempre o passaporte brasileiro válido em mãos. O cidadão brasileiro que possua outra nacionalidade não é obrigado a apresentar um passaporte brasileiro, mas é obrigado a apresentar um documento brasileiro válido para entrar e sair do país, junto com um passaporte válido – e isso serve também para os adultos.
Viajar com crianças não é tão difícil assim, mas é importante ter em mãos a autorização para preservar a segurança delas!
Agora é só escolher o próximo destino e arrumar as malas!
(Des) Vantagens de morar fora do Brasil com filhos menores
Muita gente pensa que morar no exterior, só tem o lado bom. Como tudo na vida, o ônus também pede a conta.
Aqui vai, na minha opinião, uma lista de vantagens e desvantagens de morar fora do Brasil com crianças.
Vantagens:
1 – Segurança
Não dá para colocar a mão no fogo e nem dormir de porta e janela aberta, mas há de notar a diferença gigantesca entre a segurança que os países europeus oferecem, se comparados ao Brasil.
2 – Serviço Público
Na Irlanda, muitas famílias vivem sem seguro saúde, algo inimaginável no Brasil.
As escolas públicas também são de qualidade e seguem o mesmo currículo que as privadas – aliás, o número de escolas públicas é infinitamente maior do que os de escolas particulares e todo bairro tem pelo menos uma.
3 – Senso de cidade pequena
Leite entregue pelo leiteiro, crianças indo a pé e de bicicleta para escola, venda de flores na esquina de casa e pais totalmente envolvidos na escola dos filhos são alguns dos exemplos que fazem a gente se sentir como se estivéssemos vivendo em uma cidade pequena.
4 – Liberdade
As crianças na Irlanda crescem com muita liberdade de serem como são.
E porque os adultos também são vistos de todas as cores, credos e sexo, eles são expostos a essa liberdade desde cedo.
5 – Qualidade de vida
Que delícia é não ter que passar horas no trânsito antes de ir a escola, ou ser submetido a exames escolares desde de cedo. A vida ao ar livre também é muito valorizada e todos os cidadãos têm quase a mesma condição econômica. É claro que uns ganham mais do que outros, mas nada tão perceptível como no Brasil.
Férias de verão são, de fato, programadas por 90% das famílias e ver seus filhos expostos a diferentes culturas faz tudo valer a pena.
Desvantagens:
1 – Crescer longe da Família
Não precisa nem de descrição para esse item.
2 – Falta de convívio com a língua (materna ou paterna)
Embora a língua de herança tenha muito a ver como os pais encaram o tema, de fato, criar crianças bilíngues é muito mais fácil na teoria do que na prática. O momento crítico é quando a criança vai a escola. Aí o jogo vira 20 x 1 e é preciso muito foco e determinação dos pais para que se preserve o Português.
3 – Saúde Pública de pouca qualidade
Para mim, a saúde aqui, tirando a área obstétrica, é o ponto mais negativo do país.
Não só por não existir um serviço público de fato, mas sinto, com algumas exceções, que os médicos são pouco competentes.
Países de terceiro mundo, como o Brasil e Cuba, incontestavelmente, contam com profissionais mais qualificados e isso, de fato, me assusta.
Tenho certeza que se um dia eu precisar tratar uma doença mais complexa, o Brasil será meu destino.
4 – Clima
Não tem como falar nas desvantagens da Irlanda sem mencionar o clima.
O problema não é o frio e nem a chuva, o problema mesmo é fazer frio e chover o ano inteiro.
5 – Você sempre será a estrangeira
E não tem problema nenhum isso – a não ser um preconceito ou outro que a gente pode sofre em determinadas (e poucas) situações.
A Irlanda é bem aberta aos imigrantes. Não é à toa que em um passeio de bus você escuta, no mínimo, umas 5 línguas. Mas existem, sim, fatos isolados de preconceito. Nada muito sério – na maioria das vezes imperceptível – mas não tem como tapar o sol com a peneira.
A gente tá em casa, mas é visita. Mesmo que a observação seja pelo seu sotaque, quando fala inglês ou algum comentário preconceituoso sobre os brasileiros.
Mas nada que nos abale.
Mesmo com prós e contras, as vantagens ainda são maiores, não há como negar.
4 locais para curtir com os filhos na primavera irlandesa
Não importa o lugar do mundo, não é fácil manter os pequenos quietos, principalmente nas estações mais geladas.
Filmes e jogos podem ser uma boa solução, mas sabemos que não é suficiente. As atividades ao livre são necessárias. Um pouco de diversão pode mudar completamente um dia. Então, enquanto aguardamos o sol que a primaverá trará, selecionamos algumas opções diferentes para você conseguir se programar desde já. Aliás, a maioria dos passeios irão divertir até mesmo os adultos! ;)
Natural Museum of History
Localizado na Merrion Square (Dublin 2), o Museu oferece um passeio mágico sobre os animais nativos que vivem na Irlanda e todas as informações sobre flora, fauna, arqueologia e arte da Ilha. No segundo andar é possível se surpreender com animais empalhados em tamanho real. Um passeio histórico e cultural.
Informações: Aberto de Terça a Sábado, das 10am às 5pm. Aos Domingos, das 2pm às 5pm. Entrada gratuita.
National Sea Life Centre – Bray
Bray é uma cidade costeira localizada a 20 km de Dublin, que durante o verão recebe vários turistas em busca do sol e da praia. Mas poucas pessoas sabem que existe um Aquário nesse lugar. Uma ótima opção para descobrir as maravilhas que a vida marinha na Irlanda esconde. Você pode, inclusive, fazer festas de aniversário no local. Um passeio lúdico e cheio de aprendizado as crianças e para os adultos. As reservas podem ser feitas online e oferecem descontos.
Como chegar lá? De trem (DART) ou de ônibus (45, 84 ou 145). Ambos saem do Centro de Dublin
Informações: Aberto de Segunda a Sexta, das 10am às 5pm. Aos Sábados e Domingos, das 11am às 6pm. O valor para crianças é de 7,50 euros e adultos a partir de 10 euros. Grupos com mais de 10 integrantes têm desconto.
Phoenix Park Zoo
Se aventurar em Dublin é fácil, no Dublin Zoo além de observar de perto os animais, é possível aprender sobre preservação e respeito em relação à natureza. Só no ano passado, o Zoológico recebeu 1 milhão de visitantes. Vale a pena essa atividade. É importante reservar um bom tempo para esse passeio, pois atualmente eles abrigam 400 animais e pode levar muitas horas para visitar tudo.
Como chegar? Você pode ir de Luas (descer na estação Heuston) ou Dublin Bus (25, 26, 46A, 66 / 66A / 66B, 67, 69).
Informações: O valor é 17,50 euros para adultos e 13 euros para crianças. Existem preços especiais para família ou grupos. Você também pode fazer a reserva online.
Imaginosity – Dublin’s Children Museum
O Museu, que abriu as portas em 2007, veio para revolucionar as atividades infantis. O leque de possibilidades é tamanho que oriento aos pais a ler todas as alternativas que o local oferece. Existem opções para crianças e famílias se envolverem em oficinas de ciências, teatro, artes, engenharia, saúde e meio ambiente, tudo dentro de sessões diárias. As atividades extremamente interativas irão ocupar as crianças e ensiná-las ao mesmo tempo. As reservas devem ser feitas online para que ninguém fique de fora.
Informações: Aberto de Segunda a Domingo e também aos feriados. Localizado em Sandyford (Dublin 18). É possível chegar lá de DART ou Dublin Bus. O valor da admissão varia de 2 a 8 euros.
Pais criam seus filhos para o mundo
Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que, com duas malas na mão, saí da casa do meu pai, chorando litros, enquanto ele, com todo seu amor, olhou nos meus olhos e disse: “Vai Lili, é para o teu bem, é por você. Vai passar rápido e nós vamos estar sempre aqui, pra tudo o que precisar.”
Foi a coisa mais linda que alguém poderia me dizer naquele momento, afinal, eu estava cheia de dúvidas, indo para outro país, sem conhecer nada, nem ninguém e ouvindo muitos pessoas dizerem que eu não estava fazendo a coisa certa.
“Vai passar rápido”, disse ele.
E passou. Passou num piscar de olhos esses quase 8 meses. E essa semana, em uma conversa via chamada de vídeo no Facebook, meu pai e minha irmã perguntaram quando eu voltaria. Eles falaram de saudade e aí meu coração quase desmoronou.
Mesmo assim, falei sobre meus planos, da indecisão de renovar o visto ou não e até da minha vontade de morar na Europa. Foi aí que percebi o quanto o apoio das pessoas que amamos é fundamental na nossa vida. Mesmo morrendo de saudades, meu pai falou: “Lili, agora que você está aí, aproveita, fica o máximo que puder”.
E a minha irmã? Essa olhou e falou: “Nós estamos com saudades sim, estamos morrendo de saudades, mas tu vai voltar agora pra quê? Pela saudade? Não seja boba, renova teu visto e fica o máximo que puder. Agora você trabalha, pode viajar. Aproveita”.
Pode parecer bobagem, mas quem vive longe de casa sabe o quanto é difícil ficar sem o aconchego da família, sem a comida da mãe ou da avó, sem o abraço quente do pai ou até mesmo sem as intermináveis brigas com os irmãos que, em meia hora depois, já estava tudo bem. Quem vive em outro país, vai concordar comigo que os altos e baixos emocionais são tão frequentes quanto a chuva aqui em Dublin.
Mas saber que as pessoas que você mais ama te apoiam em todas as tuas decisões, independente de onde você estiver e do que que estiver fazendo, ahh… não existe sensação melhor no mundo. Sim, vou renovar meu visto por mais 8 meses. Confesso que essa decisão já estava tomada muito tempo antes da conversa com meu pai e minha irmã.
O fato é que, se eu não tivesse ouvido da boca deles as palavras de apoio, não seria a mesma coisa. Pais criam seus filhos para o mundo. Agora essa frase faz todo o sentido.
E se você engravidar durante o intercâmbio na Irlanda?
Os sinais estavam evidentes até que o teste apontou dois risquinhos: Parabéns, em alguns meses você será a mais nova mamãe do pedaço. Este certamente é um momento de muita emoção para muitas mulheres, mas e quando isso acontece durante o intercâmbio? Certamente, para muitas estudantes, o fato de estar fora do seu país pode preocupar e criar um certo pânico, afinal, a vinda para a Europa estava diretamente ligada ao aprendizado, não a uma gestação.
Hoje, vamos falar um pouco do que fazer e onde procurar ajuda, caso a gravidez se torne uma realidade durante o seu intercâmbio.
O pré-natal
O primeiro passo é ir ao General Practitioner (GP), o clínico geral aqui na Irlanda. A clínica pedirá a você um exame de urina e, talvez, um de sangue para confirmar a gravidez. Confirmada, o médico perguntará se você quer fazer o pré-natal (Antenatal Care) em um hospital público ou privado e te encaminhará para o hospital mais próximo de sua residência. Em Dublin, há três hospitais que você poderá fazer o parto, são eles: Rotunda Maternity Hospital, na região central; Coombe Women’s Hospital, em Dublin 8 e National Maternity Hospital, em Dublin 2.
Se você optar por ter seu filho em um hospital público, você terá que comprovar moradia na Irlanda e que não está apenas de passagem. Todos os gastos até o bebê nascer serão gratuitos. A clínica te dará uma carta e você a levará até o hospital escolhido e assim já pode iniciar suas consultas de acompanhamento. Até esse momento, a única coisa que você irá pagar é a consulta com o Clínico Geral.
Se você optar pelo parto semi-particular ou particular, você também deverá se dirigir ao GP e, da mesma forma, ele te encaminhará com uma carta para a maternidade mais próxima e um ginecologista particular. Nesse caso, os gastos com o pré-natal e parto variam de acordo com o médico e clínica, mas costumam custar a partir de 3 mil euros. A diferença do semi-particular para o particular é que após dar a luz ao bebê, no semi você dividirá o quarto com mais três ou cinco mães. No particular, o quarto é privado.
Como acontece o nascimento na Irlanda?
Quando chegar o momento do nascimento do bebê, as coisas são um pouco diferentes do que no Brasil. Geralmente, quem ajuda durante os partos aqui são as Doulas (acompanhantes de parto, que oferecem suporte afetivo, físico, emocional e de conhecimento para as mulheres). São elas que também fazem a maior parte dos acompanhamentos durante o pré-natal das grávidas. Os médicos, durante o parto, só são acionados para o caso de uma emergência ou um problema que elas não podem resolver. Isso, é claro, para o caso de você optar pelo serviço público de atendimento. Pelo modo semi-particular ou particular, o médico estará a todo momento acompanhando a gravidez e o parto.
Se você planeja ter o parto em casa, você deve redigir uma carta para o hospital dizendo que você gostaria de ter o parto em casa e quais os médicos e doulas que eles têm disponíveis para esse serviço. Mas essa não é uma prática comum na Irlanda
O seguro saúde cobrirá o meu parto?
O seguro de saúde contratado no momento que você decide fazer o intercâmbio não cobre as despesas de uma gravidez, já que ele é apenas usado em caso de emergências. Existem seguros específicos para gestantes que viajam, mas esse não é o caso.
Um bebê que nasce na Irlanda é automaticamente irlandês?
A coisa não é bem assim. Se o pai for irlandês, o seu filho recebe na certidão de nascimento a cidadania irlandesa e a mãe o direito de morar na Ilha Esmeralda. Mas vale lembrar que isso não é automático e passa por toda a burocracia do visto. Se nenhum dos pais forem irlandeses, o seu bebê será registrado normalmente, mas com a cidadania referente a dos pais, ou seja, filhos de pais brasileiros, será registrado como brasileiro. Para saber como realizar o registro de uma criança, acesse o site do Citizen Information. No texto Tive um filho na Irlanda. Ele é irlandês? também explicamos melhor como o governo irlandês esclarece essa questão.
Em uma situação de dificuldade, onde pedir ajuda?
A Irlanda oferece um serviço gratuito de aconselhamento chamado Positive Options para o caso de crises na gravidez. O objetivo desse serviço, financiado pelo governo, é conscientizar a mulher que existe uma gama de aconselhamentos para o caso de crise durante a gestação, ajudando-a a encontrar uma solução. Esse acompanhamento foi fundado pelo Serviço de Saúde da Irlanda em parceria com a Crisis Pregnancy, que também oferece serviços de aconselhamento. Eles possuem 15 conselheiras em 50 centros espalhados pelo país. Para achar o lugar mais próximo, basta enviar uma mensagem gratuita de texto LIST para o número 50444 ou visitar o site.
As conversas são extremamente confidenciais e livres de qualquer julgamento. Lá você pode falar de todas as dificuldades sobre uma gravidez indesejada e, além disso, conhecer todos os direitos que você tem ao dar a luz na Irlanda. Elas te ajudarão em diversos aspectos como, por exemplo, a melhor forma de conversar com seu parceiro e contar para sua família e amigos e falar de forma bastante amigável sobre assuntos como adoção ou aborto.
Se o aborto passar pela sua cabeça?
Se a continuidade da gravidez não é uma opção para você, vale ressaltar que na Irlanda o aborto ainda é crime, a não ser em casos de risco real e substancial para a mulher. Esse, aliás, é um assunto que vem ganhando destaque por aqui, já que um referendo marcado para o próximo ano deve definir se o aborto será legalizado ou não. Em países como Inglaterra, Áustria e Espanha, é possível interromper uma gravidez até 12 semanas.
Como se prevenir e evitar uma gravidez indesejada?
Existem diversos métodos contraceptivos e cada mulher sabe qual o melhor que se adepta ao seu corpo. O mais indicado é ir a um ginecologista e perguntar sobre qual é o mais indicado para você. Os métodos convencionais mais utilizados pelas mulheres, como pílulas anticoncepcionais, Diu, Diafragma, entre outros, não são gratuitos e você apenas pode adquiri-los com receita médica. E não se esqueça que a proteção não é papel somente da mulher, mas sim do casal.
O governo lançou uma campanha chamada Think Contraception que visa orientar a população quanto aos diferentes métodos contraceptivos, além de alertar para os perigos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Existem alguns pontos de entrega gratuita de camisinhas em Dublin, Galway, Cork e Limerick. Em Dublin, o endereço é 70, Eccles Street, Dublin 7. Basta apenas solicitar na recepção, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.
Vocabulário
Português | Inglês |
Gravidez | Pregnancy |
Grávida | Pregnant |
Teste de Gravidez | Pregnancy Test |
Pré-natal | Antenatal Care |
Ultrassom |
Scan |
Exame de Sangue | Blood Test |
Exame de Urina | Urine Analysis |
Contrações | Labour Pain |
Trabalho de parto | Labour |
Parto | Delivery |
Dar a luz | Giving Birth |
Sala de Parto | Delivery Room |
Parto normal | Normal Birth |
Césaria | Caesarean Section |
Recem-nascido | New Born |
Seguro Viagem
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