Empresa de sorvete criada por brasileira participa de ação do Lidl na Irlanda; saiba como ajudar
2 anos atrás
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Os sorvetes da empresa Cream of The Crop, criada pela chef brasileira Giselle Makinde Pereira Gonçalves, acabam de estrear nas prateleiras dos refrigeradores do Lidl, um dos supermercados mais importantes na Irlanda e em toda a Europa.
Os produtos estão disponíveis por unidades de toda a ilha a partir desta quinta-feira, 15 de setembro, em uma espécie de teste chamado Kickstarter Program.
A própria Giselle explicou como funciona o programa. “Nas próximas semanas, vamos ter dois sabores do Cream of The Crop em unidades do Lidl ao redor do país. O programa cria oportunidades para pequenas empresas como a minha estarem em locais como o Lidl! Se vendermos bem, teremos a chance de conseguir um contrato com eles”, disse em post nas redes sociais (veja abaixo), pedindo auxílio dos clientes para comprarem o produto.
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O edublin falou com Giselle sobre sua ideia e negócio, logo quando ela abriu a Cream of The Crop na Irlanda. Veja matéria abaixo:
Brasileira evita desperdício produzindo sorvetes na Irlanda
Essa é uma das muitas histórias de sucesso de brasileiros que conseguem transformar a ideia de morar e empreender no exterior em realidade.
Com a crise econômica brasileira, o marido desempregado e a esperança de um futuro melhor, Giselle Makinde Pereira Gonçalves resolveu tentar a vida na Irlanda.
A chef de cozinha paulista conseguiu não só realizar o seu sonho, junto de sua família, mas também abrir seu próprio negócio, uma sorveteria artesanal “zero waste”.
Utilizando produtos que seriam desperdiçados — mas que, com técnica e criatividade, transformam-se em saborosos sorvetes — ela hoje vê um saldo superpositivo por ter criado coragem para decolar sua ideia e mudar um pouquinho do mundo.
Irlanda: o destino ideal
Quando a ideia de morar no exterior pareceu interessante para a família de Giselle, eles escolheram o Canadá para desembarcar. No entanto, problemas com o visto fizeram eles desanimar. Foi então que a Irlanda apareceu.
O país surgiu para Giselle em uma notícia onde era informado que chefs de cozinha estrangeiros poderiam aplicar para o visto de trabalho na ilha.
Após um mês, Giselle embarcou como estudante, em junho de 2018, enquanto o marido e o filho foram para a Itália em busca da cidadania italiana para logo mudar também para a ilha. Na segunda semana vivendo na Irlanda, Giselle já estava empregada em um restaurante com o desejado visto de trabalho. “Pronto! Irlanda seria nossa oportunidade de começar novamente”, disse.
Leia também: Como trabalhar na Irlanda: regras, vistos e profissões para brasileiros
Do café para o sorvete
Não satisfeita, no início de 2019, Giselle pediu demissão para, como ela mesmo diz, “explorar a cultura dos cafés”. E foi lá que sua ideia de criar uma sorveteria começou.
Ela conta que teve seu primeiro contato com uma empresa de frutas e vegetais que seria sua fornecedora no futuro. “Ele me deu uma caixa de banana bem madura e disse que seria jogado no lixo e que poderia ficar com ela de graça. Foi aí que a luz da ideia ascendeu”, relembra.
Técnica alonga vida de alimentos
Mas espere aí! Você pode estar pensando: “mas ela trabalha comida estragada?”. Claro que não. Giselle foi atrás e pesquisou muito sobre um assunto que muita gente não liga, o desperdício de alimentos.
Ela descobriu que existe um restaurante em Amsterdã chamado Instock que faz justamente isso, transforma a ideia do desperdício em negócio. E o que ela fez? Foi lá aprender com eles.
“Eles ‘resgatam’ legumes, carne, peixe, pão e utilizam como base em seu restaurante. Tive a oportunidade de passar uma semana lá, aprendendo com o modelo de negócio deles”, afirmou.
Leia também: Intercâmbio na Irlanda: o guia definitivo (2020)
Giselle voltou para a Irlanda pensando naquela caixa de bananas que ganhou no café onde trabalhava, já que frutas em geral são produtos delicados e estragam rápido. “Comecei a procurar meios de aumentar a vida útil destes ingredientes”, disse.
Por outro lado, ela também lembrou que a Irlanda é um país que consome mais sorvete do que a Itália e esse seria o produto ideal.
Evitando desperdício, encontrando público alvo e com um fornecedor nas mãos, Giselle deu seu “start” para a sorveteria “Cream of the Crop” (“o melhor dos melhores”, em tradução livre).
Investidora brasileira na Irlanda, é possível?
Com a ideia na cabeça e a solução nas mãos, Giselle foi atrás de investimento. E foi um desafio, claro, mas não impossível.
“Encontrei melhores oportunidades de crédito, facilidade e agilidade (mesmo passando por uma pandemia) e o fato de poder começar um negócio de alimentos em casa, legalmente, com visita de inspeção do departamento de vigilância sanitária fez toda a diferença para que minha ‘startup’ pudesse sair do papel”.
Mas abrir negócio durante uma pandemia dá certo?
Giselle é sincera ao dizer que a pandemia aumentou as dificuldades, mas como a ideia já estava tomando forma antes ela seguiu adiante.
“Das frutas e legumes produzidos todos os anos, 45% são jogados fora. Na Irlanda, o volume de desperdício é tamanho que pode encher o Croke Park em um ano. É um problema que lidamos todos os dias e a resposta dos clientes tem sido fantástica. Um jeito doce de lidar com um dilema cotidiano.”
No fim, a pandemia acabou “auxiliando” os negócios, já que muitos alimentos em excesso, mas em perfeito estado, que iriam parar em um aterro, acabaram virando sorvete. Giselle chegou a receber 80 kg de morango de um único fornecedor.
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Feedback positivo entre brasileiros e irlandeses
No cardápio da Cream of the Crop estão misturas como abacate com limão e açúcar, sorvete de milho e abóbora com coco, que são a cara do Brasil. “Sabores que fizeram parte da minha infância e de muitos outros brasileiros. Mas o melhor de tudo isso é que meus clientes irlandeses estão adorando. O feedback para estes sabores tão diferentes para o paladar daqui não poderia ser melhor!”
“Quando resolvi tirar a ideia do papel, não imaginava o impacto que isso teria nas pessoas. Faço as entregas pessoalmente e a resposta de brasileiros e irlandeses quando recebem o produto não poderia ser melhor. Um tipo de calor, de receptividade, que me deixa nas nuvens e me dá mais energia para continuar. Sou muito grata a todos que decidiram acreditar no meu trabalho e abraçar a ideia”.
Os pedidos de sorvetes podem ser feitos apenas online e entregues no condado de Dublin. Giselle vai pessoalmente entregá-los. Mas os negócios já devem aumentar no próximo mês, quando a entrega vai abranger toda a Irlanda.
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